Ação pioneira da prefeitura redefine território rural de Manaus para aprimorar ações de saúde

O mapa da zona rural de Manaus, tomado pelo verde das florestas e poucas estradas ao longo de 11.024 quilômetros quadrados (93% da área total da cidade), está ganhando rotas mais bem definidas para que a população seja localizada com mais facilidade e para que a oferta da Atenção Primária à Saúde (APS) seja otimizada de forma estratégica. O avanço está sendo possibilitado graças a uma ação pioneira da Prefeitura de Manaus, com uso de recursos tecnológicos de georreferenciamento.

O território rural está sendo redefinido por meio de atividades em campo, executadas por equipes do Departamento de Distrito de Saúde Rural (Dedisar), da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa). O trabalho foi denominado “Projeto ADA”, porque teve início, no dia 9 de maio deste ano, na área de abrangência da Unidade Básica de Saúde da Família (UBSF) Ada Viana, compreendida do km 5 ao km 98 da BR-174.

O diretor do Departamento de Distrito de Saúde Rural, Rubens Souza, informou que o projeto está mapeando as rotas de acesso, identificando novos ramais e novas comunidades que estavam fora dos registros oficiais.

“O Projeto ADA vai ilustrar o território da zona rural para colocar em evidência as populações que estão dispersas na região. Estamos conseguindo cadastrar pessoas que ainda estavam fora dos nossos sistemas e reorganizar o processo de trabalho para levar assistência médica, vacinação, coleta de exame preventivo, pré-natal, entre outros serviços do Sistema Único de Saúde (SUS), como nos determinou o prefeito David Almeida”, disse.

De acordo com o diretor, a estratégia está sendo desenvolvida de forma integrada entre as gerências de Atenção à Saúde, Vigilância em Saúde e Inteligência de Dados. Os dados gerados irão contribuir com a tomada de decisões para as atividades específicas de cada área, que tem como foco a promoção da saúde da população manauara.

“Vamos ter a capacidade de fornecer informações muito importantes, como a localização de comunidades, igrejas, residências, fazendas, sítios e centros comunitários, onde podemos fortalecer a busca ativa para crianças, pessoas acamadas, hipertensos, diabéticos e gestantes, por exemplo”, contou Rubens.

Tecnologia

O chefe do Setor de Inteligência Geográfica do Dedisar, David Castro Lima, explicou que a rota percorrida pelas equipes de saúde é registrada por meio de diferentes sistemas de georreferenciamento: o e-SUS Território, do Ministério da Saúde, o Arcgis, adquirido pela Semsa, e o Google Earth, de acesso público.

“A grande inovação é que a gente tem a inserção tecnológica nesse cadastramento. Antes era tudo manual, demorava muito para que os dados fossem disponibilizados e as coordenadas geográficas não eram tão precisas. Agora, além de otimizar esse processo, estamos descobrindo novos ramais, vicinais e comunidades vivendo na região, e identificando esses locais”, afirmou.

David também detalhou que as equipes de saúde vão para campo munidas de tablets e notebook, e as informações coletadas no modo off-line são sincronizadas com os sistemas da Semsa e do Ministério da Saúde no mesmo dia, assim que eles se conectam novamente à internet. “É a informação transformada em dados”, pontuou.

Rotas

O “Projeto ADA” já deu início à redefinição das rotas do território rural a partir de quatro pontos da BR-174: no km 41, km 67, km 83 e km 10. Atualmente, os trabalhos se concentram nos ramais e vicinais dispostos a partir do km 10. A ideia é que o georreferenciamento seja uma atividade contínua, para permitir a atualização das informações, a partir da mobilidade das pessoas dentro da zona rural. 

“Também estamos conseguindo definir com mais precisão os limites da cobertura da Atenção Primária de Manaus com os municípios vizinhos de Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva. Estamos cadastrando as famílias dentro do território manauara, mas as pessoas que moram dentro da área das outras cidades também podem ser atendidas por nossas equipes como demanda espontânea, já que elas estão perto das nossas áreas de atuação”, explicou David.

Até o dia 4/8, em quase três meses de andamento, o projeto já resultou na numeração de 2.833 casas, sendo 518 cadastradas pelos Agentes Comunitários de Saúde, 25 igrejas e duas escolas. São 1.399 pessoas que vivem de forma dispersa, em pequenas vilas e comunidades, algumas com cerca de 30 a 50 moradores, e outras maiores, com cerca de 150 a 200 moradores.

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