Com enchente no AM, policiais de Anamã fazem patrulhamento em canoas e lanchas

Policiais tiveram que adaptar rotina e até atender novos tipos de ocorrências. Todas as ruas da cidade estão submersas.

A cheia do Rio Solimões fez com que policiais militares que atuam no município de Anamã, no interior do Amazonas, trocassem as viaturas por canoas e lanchas para fazer o patrulhamento pela cidade. Com a enchente, os policiais têm que se adaptar e até atender novos tipos de ocorrências.

Anamã é um dos oito municípios do Amazonas que estão em situação de transbordamento, de acordo com a Defesa Civil do Estado, nesta quarta-feira (28).

De acordo com o comandante do 3º Grupamento de Polícia Militar (GPM), do município, tenente Everton Lima, as ruas da cidade costumam ser tomadas pela água. Dependendo do nível do rio, todas as ruas ficam submersas, o que deixa a cidade conhecida como “Veneza do Amazonas”.

“As ruas já começaram a alagar há mais de um ou dois meses. Vem enchendo devagar e, como a cidade não é do mesmo nível, algumas ruas alagam primeiro. Agora, nesta semana, todas as ruas da cidade já estão submersas”, contou o tenente.
Como as ruas ficam alagadas, os policiais não têm como fazer o patrulhamento pela cidade com as viaturas. Para se adaptar ao fenômeno que costuma atingir Anamã, eles passaram a rodar pela cidade com canoas e lanchas.

“Nas ruas mais baixas, que são as que alagam por último, a gente anda a pé mesmo. A gente usa o fardamento de educação física, que é um calção, para podermos andar com água até os joelhos em algumas ruas. Nas ruas mais fundas, nós temos que usar a canoa ou a lancha”, disse.

Policiais do 3º Grupamento de Polícia Militar (GPM) usam fardamento de educação física para atuarem durante cheia em Anamã. — Foto: Divulgação/Polícia Militar

Dificuldades de atuação e novos tipos de ocorrências

O tenente contou que a água costuma ter forte correnteza na cidade quando as ruas ficam totalmente submersas. Isso faz com que, além da adaptação no patrulhamento, os policiais também passem a ter outros cuidados.

“Temos bastante dificuldade porque a água corre muito e, se não tiver cuidado, bate em casas. É comum ter acidentes durante esse período, até de rabeta batendo com rabeta”, comentou o tenente Everton Lima.

Patrulhamento policial em Anamã, no interior do Amazonas, foi adaptado devido cheia de rio. — Foto: Divulgação/Polícia Militar

Como o meio de transporte muda, tanto da polícia, quanto para os moradores, outros tipos de ocorrências também passam a ser fiscalizados pelos policiais. Conforme Lima, uma delas é de pessoas que dirigem embarcações em altas velocidades.

“O pessoal passa em alta velocidade de rabeta. É a tal da ‘casqueta’, que é como eles chamam. É uma rabeta menor, que corre mais. Eles passam em altas velocidades e geram ‘banzeiros’, que são marolas, e acabam balançando e derrubando coisas dentro das casas. O policial tem que se adequar, aprender a remar, pilotar lancha, rabetas”, finalizou o tenente.

Abastecimento de água potável

De acordo com a Defesa Civil do Amazonas, seis estações do Projeto Água Boa e uma Estação de Tratamento de Água Móvel (ETAM) foram enviadas para o município de Anamã, na terça-feira (27). O órgão também informou que o município está em situação de transbordamento.

Segundo o órgão, a ação faz parte da Operação Enchente 2021, e tem como objetivo reforçar o abastecimento de água potável na localidade que já sofre com as consequências da cheia dos rios no Amazonas.

Seis estações do Projeto Água Boa e uma Estação de Tratamento de Água Móvel (ETAM) foram enviadas para abastecimento de água potável em Anamã. — Foto: Divulgação/Defesa Civil

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