Prefeitura de Manaus realiza ‘Roda de Conversa dos Anciãos Indígenas’ com professores da modalidade da rede municipal

Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal de Educação (Semed), realizou, nesta quinta-feira, 13/10, a “Roda de Conversa dos Anciãos Indígenas”, das etnias kambeba, tikuna, kokama, nheengatu, sateré-maué, apurinã e tukano, no auditório Luiz Geraldo Pontes Teixeira da secretaria, no bairro Parque 10 de Novembro, zona Centro-Sul. O encontro reuniu professores dos 22 Espaços de Estudos de Língua e Conhecimentos Tradicionais Indígenas e das quatros escolas indígenas municipais da Semed.

O evento é uma realização da Gerência de Educação Escolar Indígena (GEEI), em parceria com o Conselho de Anciãos da Educação Escolar Indígena e faz parte da ação do Plano de Governo, da Meta 30, que é resgatar em 105 escolas o “Projeto das Expressões Folclóricas”, até dezembro de 2024, realizando contação de narrativas ancestrais e lendárias nas escolas e nos espaços de estudo da língua materna e cultura indígenas.  

O diretor do Departamento de Gestão Educacional (Dege), Anézio Mar, destacou a importância da temática, que faz parte do cotidiano e é trabalhada por profissionais qualificados dentro da rede em diversos locais.

“É importante nós fomentarmos a cada dia dentro da educação todos os aspectos culturais envolvidos. Muitas das situações que fazem parte do nosso folclore amazônico e também das histórias, por meio dos nossos caciques, das próprias línguas e das etnias para que a gente consiga transportar, de geração em geração, todos esses ensinamentos culturais. Essa é uma ação da nossa secretária municipal de Educação, professora Dulce Almeida, e do nosso prefeito David Almeida, que querem continuar fomentando espaços culturais”, comentou.

O tuxaua do povo kambeba , na comunidade indígena Três Unidos, Waldemir da Silvana, onde fica a escola indígena municipal Kanata T-ykua, que atende 45 alunos da educação infantil e do 1º ao 5º ano do ensino fundamental, afirmou que é bom levar um pouco dos seus conhecimentos.

“Tenho 46 anos como tuxaua e o papel que repassei primeiramente foi ter vontade, vocação e disposição de um líder. Isso é muito importante dentro de uma aldeia, porque é a referência, a pessoa de frente, faz a união, busca a oportunidade de conhecimentos para dentro da aldeia, enfim, tudo isso. Eu aprendi isso, orientei e o líder tem que estar repassando os seus ensinamentos”, completou.

A professora indígena Clarice Arbella, do Espaço de Estudo de Língua e Conhecimentos Tradicionais Indígenas Buû-Miri e coordenadora da Associação de Mulheres Indígenas do Alto Rio Negro, considerou muito importante o evento para se aprender mais ainda.

“É importante a presença dos nossos anciãos nesses espaços pedagógicos da rede municipal indígena, no contexto dos espaços culturais da língua, onde a gente coloca toda essa prática e todo o conhecimento tradicional indígena em forma pedagógica. A presença deles é muito boa, porque a gente considera como uma biblioteca viva”, disse.

Para a gerente da Educação Escolar Indígena da Semed, Giovana de Oliveira, o evento é uma forma de socializar entre os profissionais, que trabalham na modalidade de ensino um aprendizado maior.

“Esse encontro dos professores e anciãos é para mostrar como é o trabalho desenvolvido dentro das comunidades indígenas. Essa ação faz parte do nosso calendário, e estamos muito orgulhosos de trazer o ancião indígena, porque ele é o elo, que liga o professor e a comunidade. Por meio dele, o professor desenvolve todo o trabalho pedagógico dentro da sua comunidade”, citou.

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