Funcionários da Caixa em todo o país entram em greve de 24h hoje

Funcionários da Caixa Econômica Federal fazem hoje uma paralisação de 24 horas em protesto contra ações do governo na gestão do banco estatal, informou o Sindicato dos Bancários. O estado de greve foi deliberado em assembleia na base do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, mas deve ter adesão nacional, de acordo com a entidade.

Entre os motivos citados para a paralisação estão a abertura de capital da Caixa Seguridade (o sindicato é conta a venda dessas ações), o pagamento integral da PLR Social (o sindicato alega que o benefício não foi pago corretamente), e maior proteção contra a covid-19 nas agências, inclusive com a inclusão dos empregados da linha de frente no grupo prioritário da vacina. Além disso, o sindicato também pede a contratação dos aprovados no concurso de 2014.

“A mobilização dos empregados junto ao movimento sindical foi motivada por uma série de ataques, tanto contra instituição financeira, como aos direitos históricos dos trabalhadores”, afirmou o dirigente sindical Dionísio Reis, diretor do Sindicato e empregado da Caixa. A entidade recomendou aos funcionários da Caixa que não compareçam às agências hoje. Para os que estão em home office, a recomendação foi para que não fizessem login no sistema do banco. Nas redes sociais, a entidade publicou fotos de diversas agências fechadas em diversos pontos da capital paulista e em Osasco, na Região Metropolitana.

Caixa diz que participa de negociações com sindicatos Em nota, a Caixa informou que “participa de mesa permanente de negociação com as representações sindicais”. O banco afirmou ainda que “está realizando a maior operação de pagamento de benefícios sociais da história, com liberação do auxílio emergencial e Bolsa Família, além da prestação de diversos serviços essenciais”. “Cabe destacar que milhões de brasileiros em situação de vulnerabilidade serão atendidos na rede de varejo da Caixa ao longo desta semana”, disse o banco estatal, em nota.

TST determina que 60% dos funcionários sigam trabalhando

O ministro do TST (Tribunal Superior do Trabalho) Maurício Godinho Delgado concedeu decisão liminar para que 60% dos empregados da Caixa —tanto presenciais quanto os que estão em home office— continuem trabalhando em meio a greve, segundo nota do TST. Em caso de descumprimento, a multa prevista é de R$ 100 mil. Delgado diz que a medida é necessária para evitar prejuízos ao pagamento do auxílio emergencial (federal, estadual ou municipal) e ao atendimento à população com menos conhecimento em relação ao uso do aplicativo do banco e internet banking. Para o relator, “a definição da justa proporção sobre o percentual a ser mantido em atividade durante a greve deve se pautar pelo equilíbrio entre a proteção ao interesse público envolvido (direitos da população diretamente afetada) e, ao mesmo tempo, a proteção ao direito individual e coletivo fundamental de greve assegurado aos trabalhadores”, diz a nota. Em pedido ao TST, a Caixa alegou que os sindicatos não atenderam aos requisitos da Lei da Greve e que a manifestação tem natureza político-ideológica. Porém, no entendimento do ministro, a categoria cumpriu as diretrizes da lei por ter convocado os trabalhadores a partir de um edital e realizado uma comunicação prévia com antecedência mínima de 72 horas.

Em relação aos objetivos da paralisação, Delgado constatou a presença de interesses profissionais relevantes.

“É possível perceber que, além da questão relacionada à oferta pública das ações da empresa subsidiária da CEF, há certa insatisfação e a existência de questionamentos da categoria profissional quanto à conduta empresarial no pagamento da PLR Social e na implementação das medidas de proteção à saúde dos trabalhadores no contexto da pandemia”, afirmou.

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