Empresa brasileira lança sistema de construção com paredes inteiras de isopor (EPS)
O EPS (poliestireno expandido), conhecido popularmente como “isopor”, é um material versátil, já empregado na construção civil nos Estados Unidos, Japão e vários países europeus de forma mais disseminada que no Brasil. Além de ser um material com alto apelo sustentável e oferecer surpreendente resistência em comparação à alvenaria convencional, ele proporciona conforto térmico e acústico, elimina desperdícios de materiais, reduz os custos finais da obra e garante agilidade em todo o processo construtivo.
No Brasil, o Grupo Isorecort, indústria especialista na fabricação de EPS para aplicações na construção civil e no segmento industrial, lançou um sistema inovador de construção com paredes inteiras feitas com Monopainel® (painel monolítico) compatível com qualquer tipo de projeto. Embora seja um sistema basicamente industrializado, com peças padrão, o Grupo Isorecort, através do seu departamento técnico e de desenvolvimento, possibilita a produção de peças personalizadas de acordo com o projeto específico do cliente. As obras contam com fundação de lajes de concreto e estão sendo implementadas com sucesso por construtores em diferentes cidades brasileiras, como Araraquara (SP), São Paulo (SP), São Bernardo do Campo (SP), Vinhedo (SP), Ubatuba (SP), Varginha (MG), Cuiabá (MT) e muitas outras.
“No mercado nacional, ainda existe muito desconhecimento a respeito do uso do EPS. Os consumidores não fazem ideia de que o EPS utilizado em construção civil e em outros tipos de aplicações é diferente daquele encontrado nos copinhos de café ou em projetos escolares, por exemplo. Dependendo da densidade, o material é capaz de suportar mais de 40 toneladas por m2. Por isso, engana-se quem pensa que todo EPS é frágil”, explica Rodrigo Rezende, gerente administrativo do Grupo Isorecort.
Segundo a empresa, é fundamental que os consumidores entendam as facilidades e benefícios de se trabalhar com o material, que permite infinitas utilizações. “Do controle na fabricação e moldagem dos blocos ao recorte de peças por equipamentos computadorizados, todos os nossos produtos em EPS direcionados para utilização técnica oferecem segurança, resistência e longevidade”, afirma Rezende. “A simplicidade e facilidade no método de execução também são fatores de alto impacto, pois possibilitam a redução de custo de mão de obra, sem exigir grandes investimentos em formação profissional pelos construtores, O Monopainel® tem grande potencial para figurar entre os principais sistemas construtivos do País”, completa o executivo.
Todo o EPS produzido pela empresa é 100% reciclável e isento de CFC. As sobras obtidas durante o processo de fabricação dos produtos são recolhidas e recicladas internamente. Além disso, a companhia possui um sistema de logística reversa junto aos seus clientes e parceiros.
“O Monopainel® vem para ocupar um lugar de destaque entre os sistemas construtivos já existentes. Por suas características de resistência, leveza e facilidades no manuseio, o produto oferece inúmeras vantagens na construção de empreendimentos, onde podemos destacar a velocidade na montagem e execução, excelente desempenho termoacústico, redução de carga e consequentes simplificação e economia nas fundações. Além disso, tem baixíssima absorção de umidade, eliminando a proliferação de fungos e bactérias, e menor geração de entulho e resíduos”, afirma Denilson Rodrigues, Engenheiro Civil do Grupo.
Para o diretor-presidente da companhia, André Santos, “o painel monolítico representa uma evolução na construção civil, não somente pelo conceito inovador, mas principalmente por gerar uma redução aproximada de 30% nos custos finais da obra, sendo um terço mais rápido de se executar em comparação à alvenaria convencional”. Segundo uma pesquisa divulgada pela Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias), em parceria com a FGV (Fundação Getúlio Vargas), para suprir o déficit habitacional no Brasil seria necessário construir 7,8 milhões novas moradias. “Por conta de suas características de segurança e economia, acreditamos que o Monopainel®️ pode contribuir na diminuição do déficit habitacional no País. Este sistema construtivo proporciona um caminho alternativo para uma construção mais acessível a todos”, declara André.
Para compor os projetos de construção civil, além do Monopainel® (painel monolítico), o Grupo Isorecort fabrica painéis de Fechamento de Shaft®, molduras com revestimento para uso interno e externo, lajotas para confecção de lajes, placas para isolamento térmico, acústico e impermeabilização, núcleos para telhas termoacústicas, e os blocos de EPS de alta densidade GeoSolution® (geofoam), aplicados principalmente na engenharia geotécnica para a substituição de solos moles e elevação/nivelamento de solo.
Etapas de execução do processo construtivo com o Monopainel® (painel monolítico) Grupo Isorecort
Após a preparação do terreno e a locação da obra, é realizada a fundação – sendo a mais indicada a do tipo radier (fundação de lajes de concreto armado). As tubulações de hidráulica, elétrica e outras devem ser posicionadas antes da concretagem. De 1 a 3 dias após a concretagem, é realizada a demarcação. Após a demarcação, há a fixação dos arranques proporcionalmente à colocação dos painéis. Os arranques devem ser posicionados a cada 50 cm de distância em ambos os lados, com cola apropriada.
Os painéis são posicionados entre os arranques da fundação, iniciando-se a montagem sempre por um canto, nos dois sentidos, fechando os cômodos com os painéis amarrados entre si, utilizando peças de reforço em tela eletrosoldada (tipo “I” ou “L”), com arame recozido no 18 retorcido, de acordo com as especificações do projeto. Para alinhar os painéis, são utilizadas réguas de alumínio (ou madeira aparelhada), formando uma linha na horizontal, à 2,30m do piso.
Os vãos referentes às portas, janelas e equivalentes deverão ser demarcados com caneta ou tinta para execução dos cortes das telas (tesoura para vergalhão ou lixadeira) e das placas de EPS (serra de mão ou estilete). Todas as aberturas devem receber peças de reforços em telas eletrosoldadas em suas bordas (tipo “U”) e nos encontros das extremidades (tipo “I” a 45º). Os traçados das redes de instalações devem ser marcados à caneta e com o auxílio de um soprador de ar quente (ou equivalente) são abertos os sulcos equivalentes no EPS. Caso seja necessário o corte da tela para a passagem das tubulações, deve ser aplicada uma sobretela de reforço neste ponto. Para a instalação de esquadrias (portas e janelas), recomenda-se requadrar as aberturas com sobras de 2 cm para cada lado, sendo possível a fixação das esquadrias e batentes, utilizando a espuma expansiva de poliuretano.
As lajes mais indicadas são as pré-fabricadas com EPS, podendo ser unidirecionais ou bidirecionais. Para o revestimento, a superfície dos painéis deve estar limpa. O traço é de 1:3 (cimento e areia, em volume), com 200 ml de aditivo (fornecido pela Isorecort) para aderência ao reboco, e 200 g de microfibra de polipropileno (6 mm) por saco de cimento. A argamassa deve ser aplicada com a utilização de um projetor pneumático, sendo aplicada ao menos em duas camadas: a primeira com 1 cm (até a altura da malha) e a segunda com 2 cm de espessura (no máximo 48 horas após a primeira). Recomenda-se a cura úmida, molhando as paredes por pelo menos 3 dias após o revestimento, com uso de mangueira de projeção, evitando o aparecimento de fissuras por retração.