Vacinação no Brasil: pesquisador científico desmistifica efeitos colaterais do antídoto e explica como o imunizante atua no organismo
A cada dia a realidade da vacinação contra a Covid-19 está mais próxima. Enquanto em vários países do mundo a campanha de imunização contra a doença já começou, no Brasil ainda há quem duvide da eficácia dos antídotos e questiona a respeito de seus efeitos colaterais. Apesar de uma onda negacionista em torno da segurança das vacinas, especialistas garantem que não há motivos para preocupação.
“As vacinas não alteram a sequência de DNA de um corpo humano. Ela apenas apresenta ao corpo as instruções para construir imunidade,” afirma o neurocientista e pesquisador científico Fabiano de Abreu, em entrevista à revista Casa e Jardim, da editora Globo.
“O mRNA é um mensageiro sintetizado a partir de um molde de DNA, ou seja, uma cópia de uma das fitas do DNA e não o original que contém informações que determinam quais os aminoácidos necessários para a construção de determinada proteína. No caso da vacina, o mRNA recebe informação genética sobre o vírus e engana o corpo para que produza a proteína do invasor, no caso o vírus”, detalha
Deste modo, segundo o neurocientista, a vacina “ensina” as próprias células do corpo humano a produzirem proteínas parecidas com o Sars-CoV-2, e, a partir daí, o sistema imune reconhece a ameaça e cria uma resposta que protege o organismo de uma futura infecção.
“Elas (as vacinas) agem diretamente no sistema imunológico, estimulando o organismo para a produção de anticorpos dirigida, especificamente, contra o agente infeccioso ou contra seus produtos tóxicos. Além disso, desencadeiam uma resposta imune específica mediada por linfócitos, bem como tem por objetivo formar células de memória, as quais serão responsáveis por desencadear uma resposta imune de forma rápida e intensa nos contatos futuros. A vacinação é, portanto, um meio de se adquirir imunidade ativa não contraindo uma doença infecciosa”, completa.
Questionado sobre os efeitos colaterais que certas pessoas apresentam ao tomarem vacinas, o especialista detalha que o surgimento de sintomas após a vacinação pode ser uma coincidência.
“As vacinas são compostas por partículas de vírus mortos, não existe nenhuma possibilidade de alguém ficar gripado devido ao antídoto. Na verdade, são essas partículas que provocam a resposta imunológica em nosso organismo, produzindo proteção contra a doença. O que pode ocorrer é, sendo a pessoa alérgica a algum componente da fórmula ou estar incubando a gripe e, coincidentemente, tomar a vacina, poderá manifestar”, esclarece.
“É importante ressaltar que a vacina da gripe é feita de vírus inativados, ou seja, ela não transmite a doença. Ocorre que, como a vacina é aplicada em uma época em que há muitos vírus respiratórios circulando, as pessoas ficam mais doentes e atribuem os sintomas à vacina, mas certamente a doença que se manifestou foi provocada por outros vírus que não os contidos na vacina”, declara.
“Para evitar que isso ocorra, fique alerta para sintomas de gripe já em curso, se você já está com febre, dor no corpo, dor de cabeça, se você é portador de alergias. Comunique-se ao seu médico e evite possíveis complicações após a vacina”, finaliza.