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Alta das canetas emagrecedoras pressiona mercado de proteína

A indústria global de proteínas vive um novo ponto de inflexão. Após anos de crescimento impulsionado pelo esporte, pela performance e pelo envelhecimento saudável, um fator externo passou a impactar a demanda: a popularização dos medicamentos à base de GLP-1, conhecidas popularmente como canetas emagrecedoras.

Nos últimos anos, esses fármacos deixaram de ser utilizados majoritariamente no tratamento do diabetes tipo 2 e passaram a ganhar escala como solução para perda de peso. Para Daniel Mencacci, CEO e fundador da FTW, empresa de suplementos alimentares, esse movimento trouxe um efeito colateral relevante para a cadeia de alimentos e suplementos: a necessidade crescente do consumo de proteína para preservar a massa muscular durante o emagrecimento.

"Estudos clínicos indicam que entre 25% e 40% do peso perdido" por usuários de medicamentos à base de GLP-1 pode ser proveniente da massa magra, o que torna a suplementação proteica fundamental para reduzir a perda de músculos durante o processo de emagrecimento", explica Daniel.

Como consequência, o fundador da FTW aponta que a procura por whey protein e outras proteínas de alto valor biológico tendem a observar uma aceleração no crescimento nos próximos anos.

Fim da patente da semaglutida pode levar a boom de canetas emagrecedoras em 2026

Segundo Daniel Mencacci, a pressão tende a se intensificar a partir de 2026, quando expiram as patentes da semaglutida no Brasil, princípio ativo desses medicamentos, o que permitirá a entrada de novos players no segmento. Para o empresário, mesmo em cenários conservadores, a expansão do uso desses medicamentos representa um impacto direto na cadeia global de proteínas.

"Estamos diante de uma mudança estrutural no mercado. A demanda por whey protein já não cresce apenas por estética ou performance esportiva, mas por uma necessidade clínica real de preservação da massa muscular", afirma o fundador da FTW. "Isso pressiona toda a cadeia produtiva, da matéria-prima ao varejo, e ajuda a explicar por que os preços vêm subindo de forma consistente."

Por outro lado, como a produção de whey depende diretamente da indústria láctea, a capacidade de expansão no curto prazo é limitada, o que tem acelerado a busca por fontes alternativas, como proteínas vegetais, fermentadas e até proteína à base de carne, como no caso do Beef Hydro Protein, lançado neste ano pela FTW.

"Existem muitas consequências deste movimento, mas o principal problema será garantir o acesso ao insumo. As empresas que não se prepararem para esse novo cenário podem enfrentar dificuldades para manter estoque e atender à demanda", explica.

Diante desse contexto, o executivo avalia que 2026 pode marcar um período de reorganização do mercado global de proteínas, com investimentos em novas plantas industriais, diversificação de fontes e ajustes estratégicos em toda a cadeia.