Prefeitura marca o Dia Internacional dos Povos Indígenas com ações de saúde nas zonas Norte e Oeste

Para marcar o Dia Internacional dos Povos Indígenas, comemorado nesta quarta-feira, 9/8, a Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), realizou uma programação especial com apresentações culturais e intensificação dos serviços de saúde em todos os seus Distritos de Saúde (Disas). 

A técnica em Saúde Indígena da Divisão de Promoção da Equidade às Populações Vulneráveis da Semsa, Leidiane Nobre, ressaltou que ao longo deste mês os Disas Norte, Sul, Leste, Oeste e Rural, reforçarão as ações direcionadas aos povos indígenas para celebrar a data, que é uma conquista histórica dos povos originários.

“Esta data é importante para chamar a atenção da sociedade para a contribuição dos povos originários à formação do nosso país e também para combater o preconceito. A Semsa está fazendo sua parte intensificando a oferta de serviços de saúde, que já ocorrem o ano inteiro, para os grupos étnicos que residem em Manaus”, salientou.

Programação

No Disa Oeste, a programação aconteceu na Unidade Básica de Saúde (UBS) Santos Dumont, no bairro da Paz, que promoveu uma programação em parceria com a população indígena atendida pela Semsa.

O evento contou com palestras das lideranças indígenas sobre a resistência, conquistas e desafios enfrentados, apresentação de música e dança, exposição de artesanato e grafismo, além de atendimento médico e odontológico, vacinação e teste rápido para HIV, sífilis e hepatites B e C.

A técnica do programa de Saúde Indígena do Distrito de Saúde (Disa) Oeste, assistente social Graciete Andrade de Carvalho, informou que todas as unidades de saúde foram orientadas a promover, em agosto, uma ação alusiva ao Dia Internacional dos Povos Indígenas com o objetivo de oferecer um espaço para a visibilidade dos desafios enfrentados pelos indígenas.

“É importante para os indígenas mostrarem a história de resistência deles em permanecer na cidade enfrentando inúmeros desafios. As demandas de saúde do indígena não são diferentes da população em geral, mas a abordagem do profissional de saúde deve ser diferenciada, que deve levar em consideração o conhecimento tradicional dos povos indígenas”, explicou Graciete.

A enfermeira Elisângela Rosário, que atua na equipe da Estratégia Saúde da Família, destacou que a UBS Santos Dumont atende comunidades do povo Sateré-Mawé, acompanhando 200 pessoas nas ações de saúde, com o apoio de uma agente de saúde indígena.

“A agente de saúde traz as demandas da população, fazemos as visitas domiciliares, trazemos o paciente até a unidade para o atendimento e a realização de exames. A abordagem é diferente em relação à cultura dos indígenas, tanto nas ações em saúde quanto no atendimento em geral, desde o acompanhamento do desenvolvimento das crianças até a idade adulta”, afirmou Elisângela.

A artesã Moy da Silva Vieira, do povo Sateré-Mawé, participou da ação e contou que vive na comunidade indígena do bairro da Paz há mais de 30 anos, onde a população indígena é atendida nas UBSs Santos Dumont e bairro da Paz.

A artesã destacou que o Dia Internacional dos Povos Indígenas não é uma data de comemoração, mas de reivindicação de direitos. “A data é para reivindicar saúde de qualidade, moradia e educação. Hoje, viemos aqui na UBS mostrar para a comunidade o nosso artesanato, nossa língua mãe, nossas danças e história. Queremos mostrar que estamos aqui, um povo vivo, uma cultura diferenciada, na grande metrópole que é Manaus, há mais de 30 anos”, afirmou Moy Vieira.

No Disa Norte a programação ocorreu no conjunto Manauara 2, localizado no bairro Santa Etelvina, zona Norte de Manaus, com a realização de mesas redondas e educativas com as lideranças indígenas, palestras sobre educação nutricional, saúde bucal, tabagismo e tuberculose, testagem rápida, imunização e distribuição de preservativos.

Participaram da programação os representantes das gerências do Distrito de Saúde (Disa) Norte, do Conselho Municipal de Saúde (CMS-MAO), da Cáritas Arquidiocesana de Manaus e líderes de 20 comunidades indígenas residentes em Manaus.

“Na zona Norte já identificamos 25 comunidades indígenas e desse total, já conseguimos consolidar informações de 22 comunidades. Esses dados são essenciais para orientar nossas ações. E é importante a contribuição dos Agentes Comunitários Indígenas, que fazem o elo entre as comunidades e as unidades de saúde”, destacou a diretora do Disa Norte, Paola Oliveira.

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