Hospedagens em locais paradisíacos inovam para atender trabalhadores remotos
O nomadismo digital chegou para ficar. Intensificado pela pandemia de Covid-19, o trabalho remoto se tornou popular e já é uma realidade em diversos setores. Em 2020 mais de 7,3 milhões de brasileiros aderiram este formato de trabalho, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Covid-19, divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). As possibilidades de viajar e conhecer novos lugares enquanto trabalha têm transformado as empresas de hospedagem.
Chalés, pousadas e hostels do Brasil e do mundo têm investido em internet de alta velocidade de conexão e toda infraestrutura adequada para atender trabalhadores remotos. De acordo com o Relatório Global de Tendências Migratórias, o número de nômades digitais deve alcançar 1 bilhão de adeptos no mundo até 2035. Hoje, são mais de 35 milhões neste modelo. A estimativa foi realizada em 2022 pela Fragomen, empresa especializada em migração.
O estilo de vida faz com que qualquer lugar do mundo seja um escritório. Os nômades aproveitam o privilégio do trabalho remoto e exploram o gosto por viajar e conhecer lugares e culturas diferentes. Além das mudanças causadas no setor de hospedagens, alguns países oferecem vistos específicos para os trabalhadores digitais. No Brasil, por exemplo, o nômade estrangeiro deve comprovar renda mínima de US$ 1,5 mil por mês ou possuir o equivalente a US$ 18 mil em uma conta bancária.
Existem ainda empresas que contratam nômades e voluntários, o chamado Work Exchange, um intercâmbio de trabalho em que as pessoas trocam favores e experiências. O viajante oferece seu tempo, sua força de trabalho e suas habilidades em troca de hospedagem e alimentação. Esse modelo faz parte da prática slow travel, algo como “viajar sem pressa”, promovendo uma imersão cultural no destino visitado.
Feito para nômades digitais
Com o boom do trabalho remoto, algumas hospedagens em locais paradisíacos já surfam na onda do nomadismo. Em Jericoacoara, vila no Ceará, existe o Nomad’s Jeri, um gastrobar que durante o dia é dedicado aos nômades digitais. O restaurante foi criado por um nômade e disponibiliza aos visitantes um espaço de trabalho com Wi-Fi e café no horário comercial.
Segundo artigo do portal Melhores Destinos, João Pessoa é um destino bastante vantajoso para trabalhadores remotos, por conta do baixo custo de vida e da variedade de hospedagens, além das inúmeras belezas naturais. Outra opção voltada para os nômades digitais que amam destinos paradisíacos é o recente lançamento Nomad’s Village, uma vila para nômades localizada no Mirante de Pipa, uma hospedagem integrada à natureza na famosa Praia de Pipa, no Rio Grande do Norte.
“Chalés no meio da mata, com internet de qualidade e no centro da Pipa, a cinco minutos das praias”, detalha Heitor Theberge, proprietário do Mirante de Pipa. O local fica próximo da Baía dos Golfinhos, da Praia do Amor, da Praia do Madeiro e do centro, com várias opções de lazer para os nômades.
De acordo com Gisela Uren, que também é proprietária do Mirante de Pipa, o espaço totaliza uma área de 16 mil m² em reflorestamento, com uma bagagem de mais de 30 anos em hospedagens.
“A ideia é compartilhar esse paraíso com pessoas que amam estar em contato com a natureza e querem trabalhar com tecnologia de ponta. Proporcionar aos adeptos deste novo formato de trabalho os encantos naturais, a riqueza gastronômica, a diversidade de atividades esportivas e serviços essenciais aos moradores, com um estilo de vida confortável, simples e com uma ótima qualidade de internet”, completa Gisela.
Com a projeção otimista do mercado, é provável que cada vez mais haja incentivos voltados para os trabalhadores remotos do mundo todo.