Sete dicas para registrar e avaliar a aprendizagem
Com legislações que incentivam cada vez mais a flexibilização dos currículos e um maior protagonismo dos alunos, avaliar a aprendizagem pode ser um desafio.
A avaliação baseada em evidências de aprendizagem é uma abordagem interessante para validar as conquistas dos alunos de tal modo que leve em conta os seus objetivos e seu real nível de desenvolvimento. Ela permite documentar o que cada aluno aprendeu em cada atividade, disciplina ou curso, podendo servir de parâmetro para aprovação dos alunos, como fonte de dados para as instituições realizarem ações de melhoria contínua e para prestar contas à sociedade sobre o que se aprende ali.
“A curricularização da extensão no Ensino Superior, o Novo Ensino Médio e até mesmo a Base Nacional Comum Curricular, dão mais opções aos alunos para exercerem seu protagonismo ao longo de sua formação. Isso implica no desenvolvimento de novas metodologias e também novas formas de avaliação”, explica Betina von Staa, consultora da D2L.
“Além disso, ter uma tecnologia que suporte esses diferentes formatos de avaliação e registros ajuda o professor a ser cada vez mais estratégico e ter mais facilidade para registrar e acompanhar todas essas evidências”, ressalta Betina.
Abaixo, algumas dicas de como fazer isso na prática:
1. Entrega de trabalhos em qualquer formato
Em um mundo digital, é possível criar trabalhos em qualquer formato: texto, áudio, vídeo, foto de um objeto concreto, entre outros. Sendo assim, os professores podem solicitar aos alunos que produzam os mais variados trabalhos nos mais diferentes gêneros. Para que a documentação desses projetos não se perca, é importante haver espaços para os alunos entregarem seus trabalhos em formato digital e que eles fiquem armazenados como evidências de aprendizagem.
Exemplos práticos:
Em uma aula de canto, um aluno pode provar que treinou a respiração diafragmática encaminhando um vídeo desta prática ao professor.
2. O diário de aprendizagem
O diário de aprendizagem é um recurso individual do aluno para tomar nota de suas reflexões, percepções, conclusões tiradas daquele estudo por meio de fotos, escritos, ilustrações, colagens, etc. Trata-se de um recurso individual, por meio do qual o aluno toma nota do que está observando, aprendendo e refletindo, que deve ser incentivado pelo professor.
Exemplos práticos:
O aluno pode registrar suas impressões sobre a viagem universitária em formato livre, inclusive com fotos da viagem.
3. Portfólio de aprendizagem
Diferente do diário, o portfólio é uma pasta física ou digital compartilhada entre professor e aluno onde são colocadas as evidências de aprendizagem. Se for digital, será possível incluir produções multimídia. As evidências podem ser os trabalhos finalizados, os questionamentos do aluno ao longo do processo, as etapas dos trabalhos, as referências em que o aluno se fundamentou, entre muitos outros componentes do processo de aprendizagem. Não há limites.
Exemplos práticos:
Em um curso universitário de biologia, o professor solicita que os alunos registrem todas as etapas de um experimento no portfólio para que ele também possa acompanhar a análise dos grupos.
4. Rubrica de aprendizagem
As rubricas contêm diferentes categorias a serem avaliadas e a descrição dos níveis de aprendizagem atingidos pelos alunos. Com elas é possível identificar e estabelecer um acordo com os alunos sobre o que será avaliado a partir de determinado trabalho ou proposta: os conceitos compreendidos, as atitudes e habilidades interpessoais necessárias para realizar aquele trabalho, as habilidades técnicas necessárias para produzi-lo, a assiduidade, a correção gramatical, a apresentação do raciocínio, assim como o levantamento de questionamentos.
Exemplo prático:
Um TCC pode ser avaliado por meio de rubricas que avaliem o nível de profundidade dos conteúdos apresentados, a linguagem formal e a qualidade das referências.
5. A avaliação quantitativa
A avaliação quantitativa é muito usada em situações em que um aluno precisa de muita prática para desenvolver uma habilidade. Trata-se de avaliar um aluno pela entrega de inúmeros trabalhos, sem que eles sejam avaliados qualitativamente. Avalia-se o processo e a persistência do aluno em tentar fazer uma escultura, um texto, um quadro ou apurar uma metodologia sem que uma avaliação qualitativa seja realizada a cada vez.
Exemplo prático:
Os alunos devem aprender diferentes estratégias para produzir uma introdução de um texto. São convidados a entregar 10 introduções sobre um tema específico. Com isso, obrigam-se a explorar diferentes estratégias textuais e não ficar satisfeitos com a primeira ideia.
6. Testes frequentes
Com testes frequentes também é possível avaliar com regularidade o que os alunos estão aprendendo. Eles podem envolver o conteúdo do curso em si, ou habilidades que vão sendo desenvolvidas ou mesmo questões sobre as atitudes dos alunos. O importante é que sejam frequentes e rotineiros, e que sejam abrangentes em termos dos objetivos de aprendizagem avaliados.
Exemplo prático:
Um professor pode iniciar ou finalizar cada aula com um breve teste, de 1 a 3 questões, para verificar o que foi aprendido na aula anterior. Faz isso regularmente, verifica e confirma a aprendizagem e recebe feedback sobre o que os alunos ainda precisam aprender.
7. Mapeamento de habilidades e competências
O mapeamento de habilidades e competências é uma ferramenta importante para identificar as habilidades que os alunos vão desenvolvendo ao longo de um curso em diferentes disciplinas. A instituição define quais são as habilidades que devem ser desenvolvidas em um itinerário formativo, e a cada vez que os aluno demonstra que domina uma habilidade, isso fica registrado no sistema, até que o aluno e a instituição possam provar que aquele itinerário desenvolve aquelas habilidades no coletivo e um aluno específico, conquistou a maioria delas.
Exemplo prático:
Ao invés de atribuir notas aos alunos, o professor pode informar quais habilidades eles foram adquirindo ao longo do processo de aprendizagem. Isso pode ocorrer por meio de feedback oral ou escrito, mas também por indicadores em rubricas de aprendizagem ou avaliações de entregas de trabalhos ou mesmo de provas.