Janeiro registra recordes na geração energia solar
Segundo informações da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), no mês de janeiro diferentes regiões brasileiras, localizadas em 16 estados, atingiram marcos com a geração distribuída (GD) de energia. Esse tipo de energia é aquele que pode ser instalado em telhados de residências, comércios, indústrias e prédios públicos do país. Foram 76 municípios a atingir novas potências com a geração distribuída.
Entre esses municípios que registravam os recordes de geração, estavam: Manaus (AM) com 90 Megawatts; Foz do Iguaçu e Maringá (PR), ambos com 80 MW; Belém (PA), Caxias do Sul (RS) e São Paulo (SP), com 70 MW; Campinas (SP) e Maceió (AL), com 60 MW; Novo Hamburgo, Porto Alegre, Santa Cruz do Sul, Santa Maria (todas no RS), além de Serra (ES), atingiram 40 MW de geração. Segundo a Absolar, desde 2012, o país não registrava um número tão alto em GD.
Também no mês de janeiro, de acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a matriz fotovoltaica acrescentou na matriz energética brasileira mais 364, 1 MW, o que contribuiu para o recorde de expansão de geração já no primeiro mês de 2023. Em 2022, somente a geração distribuída solar somou em torno de 6,6 GW de potência no país, ainda segundo a Aneel. Em 2021, esse número foi 3,5 GW de potência, o que coloca o ano passado como um dos melhores para a geração de energia solar.
Com a vantagem de garantir uma geração limpa e seu potencial de reduzir custos a médio prazo, a geração de energia solar para uso próprio tem sido opção para empresas de todos os portes. O sistema de geração distribuída é o modelo escolhido, pela sua possibilidade de complementar ou até mesmo substituir a matriz energética das organizações. É o que atesta o administrador e assistente de negócios de uma instituição bancária, Dayner da Silva Diniz.
Segundo ele, as empresas vêm implantando miniusinas solares nos tetos de suas sedes. Uma das táticas para garantir economia dos custos com energia elétrica é utilizar o total gerado durante o dia, fornecendo o excedente para a rede elétrica. Esse excedente acaba voltando em forma de consumo durante a noite.
“Essa conversão em créditos de energia que serão utilizados a noite gera uma diminuição considerável na fatura de energia chegando até mesmo a ultrapassar o valor da conta em créditos, o que pode ser utilizado em outros unidades consumidoras, diminuindo a fatura através da geração remota”, explica.
Financiamentos bancários podem garantir a migração para a matriz energética solar
Para empresas que querem fazer essa migração de geração de energia, o sistema financeiro e bancário oferecem linhas de crédito especial. Diniz explica que uma delas é o Fundo Constitucional de Desenvolvimento do Centro-Oeste (FCO), voltado para empreendimentos nessa região. Esse fundo é operado por bancos públicos.
“Antes de procurar o banco para pedir o financiamento, o empresário precisa apresentar um projeto da usina que pretende instalar. Esse projeto precisa ser elaborado por um engenheiro eletricista e aprovado junto à concessionária de energia elétrica da cidade”, explica, acrescentando que de posse do projeto, do parecer de acesso e do laudo de aprovação, é possível dar entrada no pedido de financiamento no banco escolhido. “A instituição, por sua vez, analisa a operação e capacidade de pagamento do cliente. Estando tudo certo, a instituição aprova o financiamento, que tem prazos de carência e pagamento bem amigáveis”, completa.
De acordo com Dayner Diniz, dentro do financiamento pelo FCO, a carência pode chegar a três anos e o prazo de pagamento poderá ser de até 144 meses incluindo carência, com taxas de juros menores que 1% ao mês, prefixadas. Ele ressalta que o investimento feito pelo tomador do financiamento na geração distribuída solar pode ser totalmente recuperado em três anos.
“Por meio destas facilidades de financiamento, este tipo de geração energética tem se tornado muito comum no país, gerando empregos e renda, além de diminuir os custos das empresas com energia. Além disso, fortalece a matriz energética do país para que nunca mais um apagão como o que ocorreu no início do século volte a acontecer”, finaliza.