Instituto Eldorado inaugura primeiro laboratório Wi-SUN/FAN das Américas
O Instituto Eldorado, organização sem fins econômicos voltada à pesquisa e desenvolvimento de soluções inovadoras e de impacto à sociedade, terá o primeiro laboratório das Américas autorizado a testar e homologar produtos que usam a especificação Wi-SUN/FAN para a conectividade de dispositivos em redes de área de campo (Field Area Network – FAN). A especificação Wi-SUN/FAN é amplamente utilizada no mundo, especialmente a área de energia, para a conexão de dispositivos que usam o conceito de internet das coisas (IoT) em grande escala, aplicados em projetos de infraestrutura de medição avançada, automação de distribuição e cidades inteligentes.
Implementado dentro das instalações do Instituto, em Campinas – SP, o laboratório conta com todos os recursos necessários para promover testes e homologar equipamentos desenvolvidos para operar com a tecnologia Wi-SUN/FAN, inclusive, aqueles considerados de uso em missão crítica, como os que conectam infraestruturas de serviços essenciais de fornecimento de energia, água ou gás.
O espaço é fruto de um longo período de trabalho em conjunto com a COPEL (financiado através do P&D ANEEL: PD-2866-0366/2013 e, mais recentemente PD-02866-0532/2020) e Wi-SUN Alliance. O ELDORADO atuará como órgão certificador da Wi-SUN Alliance e disponibilizará este serviço para empresas do Brasil e América Latina, embora também esteja aberto a receber produtos de outros países.
“Acreditamos que o novo laboratório tem potencial para receber pedidos de homologação de empresas do mundo todo por sua competitividade em custos. Para se ter uma ideia, atualmente este tipo de certificação só é realizado por institutos em Taiwan e no Japão”, explica Eduardo Lima, gerente de Pesquisa & Desenvolvimento do Instituto Eldorado.
Ele ressalta que além de uma redução nos custos de certificação, a existência de um laboratório no Brasil também agilizará o processo de homologação, o que beneficiará as empresas que já estão evoluindo em seus projetos com dispositivos baseados nessa especificação.
“A principal garantia é que um produto testado e aprovado atenderá aos requisitos de interoperabilidade pactuados pela indústria. Com isso, todo o ecossistema de concessionárias de energia e prestadores de serviços envolvidos na criação de cidades inteligentes será beneficiado em termos de escalabilidade de suas soluções sem fio de padrão aberto para dispositivos IoT”, explica.
Interoperabilidade
Em especial, nas distribuidoras de energia elétrica, o padrão Wi-SUN/FAN já foi o escolhido pelas principais concessionárias brasileiras, após testarem as opções disponíveis no mercado. A especificação Wi-SUN/FAN se tornou o padrão adotado por possibilitar interoperabilidade, segurança e por sua adoção de um grande número de fornecedores de hardware, o que garante flexibilidade e redução de custos na implementação de redes baseadas em IoT.
Wi-SUN/FAN se diferencia das redes de telefonia móvel atualmente adotadas em determinados projetos de redes em campo, pela capacidade de criar redes estáveis, com um número grande de dispositivos, e eliminar problemas de falta de sinal em determinados locais. Além disso, não se cobra pelo tráfego dos dados. Também se diferencia de outras redes “Mesh”, oferecidas por fornecedores específicos, por possibilitar a montagem de redes com equipamentos de diferentes marcas.
Para Phil Beecher, CEO da Wi-SUN Alliance, o novo laboratório tem o potencial de acelerar consideravelmente a adoção do conceito de cidades inteligentes no Brasil.
“Há uma demanda visível, em especial vinda das concessionárias de energia, por um padrão que favoreça o desenvolvimento de redes de IoT no Brasil. O Instituto ELDORADO detectou essa oportunidade e se mostrou um grande parceiro ao investir para garantir que todos os padrões da tecnologia Wi-SUN/FAN sejam seguidos nos processos de homologação”, afirma.
No exterior, empresas de países europeus e outros, como Japão e Estados Unidos, já contam com casos de sucesso no uso da tecnologia Wi-SUN/FAN para gestão de “smart grids”, de tráfego, lixo urbano e até mesmo controle de criminalidade.