Novembro Azul alerta para a prevenção do câncer de próstata
O câncer de próstata é o câncer não cutâneo mais comum e a segunda principal causa de morte por câncer em homens, depois do câncer de pulmão. O Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima que mais de 65 mil homens no Brasil, por ano, serão diagnosticados com a doença, que registrou um aumento de 10% na taxa de mortalidade nos últimos 5 anos. Para conscientizar a população masculina sobre a importância dos cuidados com a saúde, a campanha Novembro Azul, em 2022, aborda o tema Saúde também é papo de homem.
O câncer de próstata, geralmente, não apresenta sintomas iniciais. Quando está em um estágio mais avançado, pode fazer com que os homens urinem com mais frequência ou tenham um fluxo de urina mais fraco, mas esses sintomas também podem ser causados por condições benignas da próstata, uma glândula do sistema reprodutor masculino localizada logo abaixo da bexiga e na frente do reto. É do tamanho de uma noz e envolve parte da uretra (o tubo que esvazia a urina da bexiga).
Por causa das opções de rastreamento eficazes para o câncer de próstata, a doença geralmente é detectada antes de se espalhar e, quando descoberta precocemente, as taxas de sobrevivência são de 90%. Muito da falta de tratamento precoce, quando o assunto é saúde masculina, ainda está atrelada aos tabus em relação ao exame de toque. “As razões mais frequentes para a negligência masculina com a saúde incluem os fatores culturais. Também existe uma questão laboral, onde os homens têm mais dificuldade de justificar a ausência no trabalho e ainda há a falta de informação”, explica o oncologista Rodolfo Gadia, do Hospital Mater Dei Santa Genoveva.
Mesmo na ausência de sintomas, homens devem ir anualmente ao urologista para realizar o toque retal e fazer o exame de PSA no sangue. Cerca de 20% dos pacientes com câncer de próstata são diagnosticados somente pela alteração no toque retal.
Causa e Fatores de Risco
A causa do câncer de próstata é desconhecida, mas existem fatores de risco que podem ser elencados:
• Idade: à medida que os homens envelhecem, o risco de desenvolver o câncer de próstata sobe;
• Etnia: homens de ascendência negra têm uma taxa mais alta da doença;
• Histórico Familiar: homens com histórico da doença na família correm um risco maior de desenvolvê-la;
• Peso: estudos associam a doença ao excesso de peso, a partir dos 50 anos.
Como explica Rodolfo Gadia, “aos 45 anos, o homem deve procurar o urologista para consulta anual. Para aqueles que possuem histórico familiar, a partir dos 40 anos, é necessário começar a prevenção. E, com essa idade, já é possível começar a prevenir outros tipos de doenças, realizando exames cardiológicos, de sangue e exames clínicos específicos, como o de pulmão em fumantes”. O oncologista lembra que o desenvolvimento do câncer de próstata pode estar ligado às mutações genéticas herdadas ou adquiridas, além do aumento das taxas de determinados hormônios, como a testosterona. Ela promove o crescimento celular da glândula e pode contribuir para o risco de câncer de próstata, em homens com maior sensibilidade genética e predisposição para a formação de células defeituosas.
O médico salienta que o desenvolvimento de novos medicamentos é contínuo, dentro da oncologia. Para o tratamento da doença, a cirurgia, a radioterapia e/ou terapia hormonal costumam ser indicados e têm sido utilizados.