Câncer de mama: uma a cada oito mulheres terão a doença
Outubro é o mês escolhido para a campanha do Outubro Rosa, que tem como objetivo informar e conscientizar a população sobre o câncer de mama. Um levantamento divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que serão identificados 66,2 mil novos casos de câncer de mama em 2022, cerca de 43,74 casos a cada 100 mil mulheres.
No Brasil, esse tipo de câncer acomete 29,7% das mulheres, segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca). Dra. Caroline Rigolon, mastologista do Complexo Hospitalar de Niterói (CHN Mulher), pertencente à Dasa, a maior rede de saúde integrada do Brasil, diz que o ideal é que a paciente faça visitas regulares ao mastologista, pois este acompanhamento ajuda na identificação de possíveis sinais de atenção.
– Mudanças no volume das mamas e no formato, identificação de ínguas e feridas, alterações no mamilo ou na pele, presença de nodulações ou alguma consistência persistente são alguns sinais de alerta que indicam a necessidade de procurar um especialista. Pacientes com fatores de risco, como histórico familiar, ou a partir dos 40 anos, que é a idade indicada para iniciar o rastreio, mesmo sem sintomas, devem fazer as consultas periódicas.
A incidência da doença antes dos 40 anos é menor, – mas, após essa idade, aumenta progressivamente, por isso a mulher deve realizar mamografias anuais, conforme orientação da Sociedade Brasileira de Mastologia.
– “Essa característica pode ter diversos motivos, principalmente pela doença não ter uma causa específica. O envelhecimento do organismo e hábitos não saudáveis influenciam na aparição de comorbidades”, esclarece a dra. Daniela Selano, coordenadora do CHN Mulher.
Vale lembrar que, atualmente, o autoexame não é mais considerado uma forma eficaz de identificação da doença, tendo em vista que o método não é útil no diagnóstico precoce. Hoje, a orientação é que as mulheres tenham atenção às mamas e conheçam seu corpo, para que consigam reconhecer se alguma anormalidade aparecer no período interconsultas.
“Muitas vezes, o autoexame gera grande ansiedade porque as mulheres se tocam e acabam achando alterações que nem sempre são significantes. Quando há uma alteração tão intensa a ponto de ser apalpada e de a mulher perceber, é sinal de que a doença está em um estágio um pouco mais avançado. O ideal é que façamos um diagnóstico mais precoce. Para isso, o autoexame não resolve, é preciso a realização da mamografia” – reforça a Dra. Caroline. “Muitas mulheres, ao realizarem o autoexame, podem acreditar não ser necessária avaliação do especialista ou a mamografia, o que é um grande equívoco”, acrescenta.
As consequências de um diagnóstico tardio podem comprometer a qualidade de vida da paciente, como pontua a coordenadora do CHN Mulher: “Esses tumores progridem com o passar do tempo, por isso a atenção com as mamas deve ser constante. Fazer exames para a detecção precoce da doença é capaz de aumentar em 90% a chance de cura.”
A mamografia é o exame mais importante para a detecção do câncer de mama de forma precoce, isso porque ela é capaz de identificar nódulos e tumores em seu estágio inicial. Como explica a Dra. Caroline: “A mamografia consegue identificar lesões impalpáveis, silenciosas e de melhor prognóstico. Com ela, conseguimos, portanto, reduzir a mortalidade por câncer de mama.”
Com o avanço da idade, a necessidade de manter os check-ups em dia aumenta, principalmente após os 40 anos. Acompanhamento de um especialista e exames de rotina são fundamentais para investigar possíveis fatores de risco e aumentar as chances de cura com um diagnóstico precoce.