Demanda do Open Finance por data centers terceirizados pode crescer
O setor financeiro está passando por mais uma grande revolução: a ampliação do Open Banking para o Open Finance. Essa transformação é prometida para o setor financeiro, mas também o de data centers, dado que com o aumento de demanda por transações financeiras e por infraestrutura de armazenagem de dados para clientes e não clientes, a necessidade de grandes data centers é uma realidade inevitável. “A melhor solução para essa mudança histórica, em termos de investimentos e viabilidade técnica, acabou se tornando o uso de Colocation Data Centers, não só como infraestrutura obrigatória, mas como peças estratégicas de negócios, a fim de terceirizar um investimento crucial, garantindo o apoio de especialistas e soluções com altos padrões de segurança de dados, por exemplo”, afirma Victor Sellmer, Diretor Comercial e Marketing da ODATA.
Para contextualizar, o Open Banking permite que haja todo um ecossistema de informações bancárias acessíveis a diversas instituições, com a permissão dos donos dos dados (os clientes), a fim de que os clientes realizem operações bancárias em instituições nas quais não são correntistas. Com o Open Finance, essa troca de dados se amplia para instituições que não são bancos, mas que lidam com informações financeiras, como seguradoras, corretoras e diversos tipos de fintechs, por exemplo.
No final do ano passado, a PwC apontou dados que estimavam que até o fim de 2022 a receita do Open Finance, em escala global, atingirá US$ 9,87 bilhões. O Instituto Locomotiva afirmou, também, que 21% da população brasileira tem acesso precário ao sistema bancário, e especula-se que milhões de brasileiros sem contas bancárias sejam incluídos no sistema graças ao Open Finance. “Serão milhões de pessoas usufruindo de sistemas diferentes, graças ao uso de APIs (Application Programming Interfaces), empresas compartilhando bilhões de dados e isso demanda investimento em uma maior capacidade de operação por parte dos data centers, pois as transações precisam ser instantâneas e garantir que cada correntista possua controle total de seus dados financeiros”, completa Sellmer.
O especialista da ODATA ainda ressalta que seria financeiramente muito custoso que cada instituição financeira investisse em data centers físicos próprios que tivessem capacidade de armazenamento de dados de tantas pessoas, ainda mantendo capacidade de investimento que garantisse baixa latência (demandando várias unidades de data centers), velocidade e segurança. “A chave está no compartilhamento dessa responsabilidade com empresas que oferecem a infraestrutura, garantem redundância, segurança de dados e se previnem contra danos físicos, deixando com as instituições financeiras o papel de oferecerem um serviço de qualidade para seus clientes”.
Outro fator importante do uso de data centers terceirizados é que as instituições mais tradicionais tendem a ter infraestruturas privadas e legadas. “Usar Colocation Data Centers é algo que permite soluções personalizadas e expansíveis, sob demanda, e isso ajudará, inclusive, grandes instituições, com maior tempo de existência, escalar operações sem investimentos tão altos, algo que já vemos em muitas fintechs como um diferencial competitivo. A proposta é que as empresas de data centers sejam parceiras estratégicas importantes para a criação de um setor financeiro mais robusto e aberto a possibilidades do futuro”, finaliza Sellmer.