Dificuldade em manter a ereção durante as relações sexuais pode estar relacionada ao estresse e às comorbidades
A disfunção erétil atinge, geralmente, homens com mais de 60 anos, mas, eventualmente, pode afetar também os mais jovens, tendo como fatores correlacionados, doenças como o diabetes, a obesidade, hipertensão arterial e alterações de cunho emocional, que podem envolver estresse e o abalo da autoconfiança.
Segundo o cirurgião urologista da Urocentro Manaus e presidente da seccional amazonense da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), Dr. Giuseppe Figliuolo, a impotência sexual pode ocorrer de duas formas: na mais comum, o indivíduo não consegue enrijecer o pênis de modo a iniciar uma relação sexual. Na segunda, não há a manutenção da ereção durante toda a relação sexual. A boa notícia é que, para ambas, há tratamento.
Doutor em saúde pública, Figliuolo destaca que, apesar de a disfunção erétil ter relação com o envelhecimento do corpo, há estudos que apontam que cerca da metade dos homens com 40 anos ou mais, apresentam a alteração de forma mais ou menos recorrente.
Ele explica que a potência sexual, como é popularmente conhecida, depende de um aumento do fluxo de sangue transportado para o pênis, que junto à ação de um conjunto de terminações nervosas daquela região, faz com que haja o enrijecimento do órgão sexual masculino.
Pessoas com diabetes, por exemplo, acabam registrando um estreitamento dos vasos sanguíneos, fazendo com que a quantidade de sangue que vai para o pênis seja menor. “Já a obesidade compromete a produção hormonal, reduzindo a testosterona e ocasionando a impotência sexual”, explicou Figliuolo.
De acordo com ele, os fatores psicológicos/emocionais também são um importante agravante para a impotência, pois podem bloquear o mecanismo da ereção. Isso ocorre por problemas de autoconfiança, medo de não obter a performance desejada e até por questões relacionadas ao controle ejaculatório. “Nesse caso, podemos citar como exemplos a ejaculação precoce e o priapismo”, frisou o especialista.
Ele explica que a ejaculação precoce ocorre quando o homem ejacula rapidamente, pouco tempo após o início da relação sexual. Já o priapismo, tem como principal característica a ereção considerada anormal, que pode ser dolorosa, e ocorre sem estímulo sexual, podendo perdurar por mais tempo que o normal.
“Para todas essas alterações há tratamentos disponíveis hoje no mercado. Eles podem, em alguns casos específicos, resolver os problemas, ou, reduzir seus impactos no cotidiano desses homens, melhorando a qualidade de vida e a qualidade das relações sexuais, principalmente”, destacou. O tratamento, a depender do caso, pode envolver equipe multidisciplinar, com a participação de psicólogo, entre outros profissionais da saúde.