Por falta de pagamento da Seduc, transportadores estão sem renda no interior
Os profissionais que trabalham com o transporte fluvial de estudantes da rede estadual de ensino para a Secretaria de Estado de Educação e Desporto (Seduc) nos municípios de Barreirinha, Maués, Urucurituba, Nhamundá, entre outros, estão denunciando o descaso do governo que ainda não realizou os pagamentos dos meses de fevereiro e março, deixando os trabalhadores sem nenhuma renda durante a pandemia, uma vez que eles estão proibidos de trabalhar por conta da crise causada pelo Covid-19.
De acordo com a presidente da Cooperativa dos Transportadores de Barreirinha, Carla Pedreno, o gabinete do secretário Luis Fabian já foi procurado diversas vezes, através de seus assessores diretos, porém sem nenhuma resposta negativa. Em conversa informal por um aplicativo de mensagens, a cooperativa foi informada que o processo de pagamento ainda se encontra na Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz).
“Ocorre que os transportadores, com seus familiares estão passando fome com suas, sendo humilhados pelas pessoas que os devem, sem crédito até para comprar um alimento. Além do mais, por conta do coronavirus os transportadores não podem sair de suas casas para fazer outras atividades”, disse a presidente.
Em Maués a situação é a mesma. O presidente da classe no município, Frank Brasil, denunciou inclusive que os profissionais estão sendo ameaçados por uma empresa que supostamente irá assumir os transportes fluviais dos estudantes quando as aulas retornarem nos municípios. “Se os transportadores denunciarem a falta de pagamento ou fizerem protestos serão excluídos dos serviços quando as aulas forem retomadas”, denunciou. Ele garantiu que já entrou em contato várias vezes com o gabinete do secretário da Seduc para liberar o pagamento, mas sem resposta conclusiva sobre o problema.
As duas cooperativas denunciam que no Portal da Transparência do Governo do Amazonas existem pagamentos no período de pandemia de mais de R$ 18 milhões para compra de livros e de mais de R$ 3 milhões para uma empresa de moveis. “É sabido que o dinheiro do transporte escolar é de recursos federais que vêm todo mês, mas a Seduc não está se empenhando em pagar o transportador que está passando necessidades”, afirmou Frank Brasil.
Diante disso, a classe, mesmo em período de pandemia, já começa a se mobilizar para fazer protestos e acionar o Ministério Público para que tome as devidas providencias junto a Seduc para que os pagamentos sejam realizados a empresa Dantas e o repasse aos seus funcionários. “Vale lembrar que algumas empresas que prestam o serviço em outras calhas como a Navegação Cidade e a RV Ono já receberam, prejudicando os trabalhadores da Dantas, uma das que possui mais servidores”, finalizou o presidente.