Sem regulamentação, risco de cigarros eletrônicos é incalculável, diz especialista
“Nós estamos, sim, diante de uma crise de saúde pública”. Esta é a avaliação da ex-diretora da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Alessandra Bastos, sobre o uso dos cigarros eletrônicos.
“100% dos dispositivos dos cigarros eletrônicos consumidos e comercializados são de origem ilegal, não conseguimos imaginar o tamanho do risco”, completou, em entrevista à CNN Rádio.
Segundo Alessandra, isso acontece pela falta de regulamentação. “Os produtos consumidos não obedecem a qualquer critério sanitário, é um tema complexo, com necessidade urgente de uma regra, que vem da Anvisa.”
Na semana passada, a Agência manteve a proibição de importação, propaganda e venda dos cigarros eletrônicos. No entanto, a comercialização acontece de forma ilegal no país, de forma indiscriminada.
A ex-diretora da Anvisa explicou que um relatório foi entregue ao órgão sanitário para que haja regulamentação. “O pleito é que de fato seja criada uma regulamentação que substitua a proibição, que não funcionou.”
“Nossa expectativa é de que exista um critério sanitário para a entrega seja feita de forma responsável e monitorada.”
A regulamentação, Alessandra explica, começa desde o funcionamento da fábrica do produto, “com controle de qualidade, quais produtos podem ser utilizados para montar equipamento, temperatura que pode chegar para aquecimento apropriado, quais as substâncias que vão compor a substância inalada.”
Além disso, a “quantidade de nicotina, quais os flavorizantes que poderão ser utilizados ou não, essa formulação passa por um crivo, inclusive quando cria uma regra, você tem a possibilidade de monitoramento, acompanha o mercado e cria regras”.