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Modular Bahia participa da Bienal de Arquitetura de SP

A 14ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, em cartaz até domingo (19/10) no Pavilhão da Oca, no Parque Ibirapuera, trouxe a crise ambiental para o centro do debate arquitetônico. Com curadoria voltada a soluções radicais para enfrentar eventos climáticos extremos, a edição reúne arquitetos, pesquisadores e comunidades que propõem caminhos diversos para adaptar o habitat humano aos desafios do presente.

Nessa seara, um dos destaques foi a apresentação do Modular Bahia na mostra, residência unifamiliar que utiliza madeira engenheirada como sistema estrutural. Trata-se do primeiro exemplar construído com o Modular BV, sistema desenvolvido pelo escritório UNA barbara e valentim em parceria com a indústria de madeira engenheira CROSSLAM e a Abaeté Construtora e Incorporadora, responsável pela montagem. "O Modular BV propõe uma nova maneira de projetar e construir, que integra, responsabilidade ambiental e eficiência econômica", resume Fernanda Barbara, sócia do UNA barbara e valentim.

O público da mostra pôde conferir a maquete do Modular Bahia, com dois metros de comprimento, além de materiais explicativos que detalham o funcionamento do sistema. A participação reforça o papel da arquitetura em propor soluções contundentes para a emergência climática, alinhando-se ao espírito da Bienal que busca unir ciência, tecnologia e saberes diversos a fim de propor novas formas de habitar.

Para Tulio Gomes, sócio da incorporadora, o fato de o sistema ter sido pensado para chegar pronto ao canteiro fez toda a diferença. "Reduzimos desperdícios, aceleramos a obra e a qualidade da montagem", afirma.

"A participação do Modular BV em uma mostra tão importante quanto a Bienal de Arquitetura comprova que, quando arquitetura e indústria se encontram é possível atingir a precisão e a objetividade, elementos de poder desse sistema construtivo, aliados ao bom design", afirma Renato Simonsen, diretor comercial da CROSSLAM.

Design e sustentabilidade

A abordagem do Modular BV reduz desperdícios e acelera a obra. Segundo Fernanda Barbara, enquanto uma residência tradicional pode levar mais de um ano para ser concluída, a lógica da pré-fabricação permite reduzir esse tempo a alguns meses. "O cronograma de projeto e construção, que sempre depende das condições locais (acessibilidade, disponibilidade de eletricidade, água, declive etc.), é de aproximadamente seis a oito meses", afirma. Por ser modular, o cliente pode escolher como compor o programa e a área total. "A casa pode ter uma sala de estar maior ou menor, módulos para varanda, estúdio, garagem e assim por diante", detalha Fabio Valentim, também sócio do escritório. Implantado na Costa do Cacau, entre o rio e o mar, o Modular Bahia é feito em CLT e MLC de eucalipto de reflorestamento e composto por três pavilhões interligados por deques de madeira, com implantação que respeita o território sensível e valoriza a paisagem natural. Grandes beirais protegem os ambientes da insolação direta, enquanto a ventilação cruzada garante conforto térmico de forma natural, sem a necessidade de equipamentos de climatização. Além disso, o projeto incorpora sistemas de reuso de água, tratamento de esgoto e aquecimento de água por energia solar, ampliando a sustentabilidade para além da estrutura e propondo um modo de habitar mais consciente e autônomo, que preserva o meio ambiente.

Madeira em produção industrial

Diferentemente de outros sistemas construtivos como o concreto, cuja produção libera grandes quantidades de gás carbônico, a madeira engenheirada possibilita o contrário. Ao longo do crescimento das árvores, em florestas com manejo certificado, o carbono da atmosfera é capturado e estocado graças ao processo da fotossíntese. "O resultado é uma pegada ambiental significativamente menor e a possibilidade de transformar o próprio edifício em um estoque de carbono, revertendo o quadro atual, no qual a construção civil figura como um dos setores que mais contribuem para o aquecimento global", afirma Renato Simonsen, da CROSSLAM.

O impacto do Modular BV também é econômico. "Ao adotar um sistema replicável, industrializado e de alto valor agregado, o sistema dialoga diretamente com o mercado da construção civil que busca novas formas de conciliar sustentabilidade e viabilidade de investimento", afirma Túlio Gomes, da Abaeté. Segundo ele, trata-se de uma resposta alinhada às demandas globais por redução da pegada de carbono e, ao mesmo tempo, à necessidade de escala que caracteriza grandes operações imobiliárias, incluindo, mas não se limitando, aos empreendimentos residenciais. "O projeto conecta inovação tecnológica a um setor consolidado, com potencial de transformação positivo tanto ambiental quanto financeiramente", resume. A estrutura está sendo aplicada a mais projetos em diferentes localidades, incluindo um empreendimento de hospitalidade no Ceará e um lounge privativo em um aeroporto em Alagoas. "O Modular Bahia representa um chamado para um modo de construir mais sensível, em respeito ao ambiente, ao clima e ao contexto", afirma o arquiteto Fabio Valentim. "Muito mais do que pré-fabricação, é um modelo sustentável e replicável que se adapta ao contexto local sem apagá-lo", completa. Ao participar da 14ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, o Modular Bahia se insere em uma narrativa global que reconhece a urgência de recriar nossas formas de construir, morar e coexistir.