Sazonalidade e datas comemorativas definem tendências e consumo das flores
Assim como as estações do ano transformam as paisagens, elas também moldam o comportamento de quem compra flores. Cada mudança de temperatura traz novas cores, perfumes e significados, influenciando tanto a oferta quanto a demanda do setor. Da leveza da primavera às paletas acolhedoras do outono, o ciclo natural das flores reflete diretamente o ritmo com que as pessoas expressam sentimentos e celebram momentos especiais.
O mercado global de flores deve movimentar US$ 60,38 bilhões até o final de 2025 e alcançar US$ 104,6 bilhões até 2033, segundo a consultoria Business Research, impulsionado pelo avanço da digitalização e pela expansão do consumo online. No Brasil, o cenário segue a mesma tendência, com a combinação entre solos férteis, produção em crescimento e estratégias de marketing mais sofisticadas fortalecendo o setor.
De acordo com Clóvis Souza, CEO da Giuliana Flores, o calendário afetivo é um dos grandes motores do mercado.
“O Dia das Mães, o Dia dos Namorados e o Natal estão entre as datas que mais movimentam o setor, porque as flores continuam sendo uma das formas mais genuínas de demonstrar carinho e afeto”, afirma.
Pesquisas internacionais reforçam essa relação emocional. Um estudo realizado pelas universidades Rutgers e La Salle, nos Estados Unidos, concluiu que o simples ato de receber flores gera felicidade imediata e melhora o humor de forma duradoura — o que explica por que o produto se mantém relevante em diferentes contextos e estações.
Cada época do ano traz um novo comportamento de consumo. Na primavera, predominam rosas, gérberas e orquídeas, em arranjos amplos e tons suaves. O verão privilegia espécies tropicais e vibrantes, como girassóis e helicônias, que remetem à energia e à alegria. Já no outono, o público opta por paletas quentes e formatos menores, enquanto o inverno destaca flores mais sofisticadas, como lisianthus e orquídeas, em composições estruturadas e elegantes.
“Essas variações não são apenas estéticas. Elas traduzem o estado emocional do consumidor e a maneira como ele quer expressar seus sentimentos em cada momento do ano”, explica Souza.
As mudanças de estação também impactam os preços e a disponibilidade das flores. A sazonalidade é um dos principais fatores de oscilação no setor, afetando diretamente custos de importação, transporte e logística. Em períodos de menor oferta, o valor tende a subir, enquanto a alta produção em condições favoráveis reduz os preços e amplia a variedade disponível.
“O equilíbrio entre qualidade, frescor e custo depende muito da capacidade das floriculturas em planejar o estoque conforme o clima e o calendário”, destaca o executivo.
Outro fator determinante para a experiência do cliente é a logística, especialmente em períodos de temperaturas extremas. O transporte das flores exige controle rigoroso das condições de armazenamento e entrega.
“No frio, usamos veículos refrigerados e embalagens reforçadas. No calor, o foco é manter a umidade e a temperatura estáveis para evitar a desidratação das pétalas. Cada detalhe conta para garantir que o produto chegue perfeito”, explica Souza.
Mais do que um produto sazonal, as flores representam emoção e bem-estar. Em qualquer estação, continuam sendo símbolo universal de afeto e celebração.
“As flores acompanham o ritmo da natureza e das pessoas. Elas têm o poder de transformar gestos simples em memórias duradouras — e é isso que torna esse mercado tão especial”, conclui o CEO da Giuliana Flores.