Mitos e verdades sobre a vitamina C: realmente cura a gripe?

A vitamina C, ou ácido ascórbico, é um nutriente essencial que atua como antioxidante e desempenha um papel vital no fortalecimento do sistema imunológico, na produção de colágeno e na absorção de ferro. No entanto, como não é produzida pelo corpo humano, ela precisa ser obtida por meio de alimentos, especialmente frutas cítricas e vegetais, ou suplementos.

Esse nutriente costuma ser associado à prevenção e ao combate a gripes e resfriados, mas ainda há muitos mitos sobre o seu uso. Vale dizer que, além de frutas como laranja, acerola, limão e abacaxi, a vitamina C pode ser encontrada também em cápsulas, comprimidos efervescentes, injeções e em produtos de uso tópico, como cosméticos.

Apesar de ser amplamente utilizada, a vitamina C não cura a gripe, explica a farmacêutica Bruna Lobato, da rede Santo Remédio. “O que a vitamina C faz é reforçar o sistema imunológico, ajudando a combater infecções de forma geral, mas ela não é capaz de curar infectados pelo vírus da gripe. No máximo, pode ajudar a reduzir o tempo de recuperação, mas não devemos contar com ela como um tratamento único”, orienta.

A profissional explica que a recomendação diária para adultos varia entre 75 a 90 mg, quantidade que pode ser obtida por meio de uma alimentação rica em vegetais. No entanto, para os casos em que não é possível obter o nutriente no dia a dia ou para pacientes com imunidade baixa, a suplementação pode ser indicada.

“Para pessoas que têm uma dieta baixa em frutas, verduras e legumes, ou que apresentam necessidades aumentadas, como fumantes ou atletas, a suplementação pode ajudar a prevenir deficiências e melhorar a saúde geral”, orienta.

Outra afirmação do senso comum é de que quanto mais vitamina C, melhor. A farmacêutica diz que é preciso ter cuidado e não ultrapassar a orientação de consumo diário. “O uso exagerado não traz melhorias à saúde e pode, na verdade, causar efeitos adversos, como diarreia e desconfortos gastrointestinais”, diz Bruna.

Outros mitos
Há quem pense que a ingestão de vitamina C é segura para qualquer pessoa, mas isso não é verdade. A farmacêutica Sara Alves de Vasconcelos, da FarmaBem, explica que o ideal é buscar orientação profissional sobre a suplementação, pois há casos que exigem cuidados adicionais.

“Embora a vitamina C seja geralmente segura, algumas condições de saúde, como doenças renais ou hemocromatose (problema genético que causa o acúmulo de ferro no organismo), podem exigir mais atenção ao suplementar. É sempre recomendável consultar um profissional de saúde antes de iniciar a suplementação”, alerta Sara.

Outro mito diz que a vitamina C de alimentos naturais é mais eficiente do que a suplementar e vice-versa. Na verdade, ambas são consideradas importantes formas de adquirir o nutriente, sem uma relação entre pior e melhor, afirma a farmacêutica. “O interessante da vitamina C de alimentos é que pode vir acompanhada de outros nutrientes importantes. Ainda assim, hoje, há suplementos que reúnem vitamina C e outros nutrientes essenciais para o corpo, como zinco e selênio”.

Além do estímulo ao sistema imunológico
A vitamina C também desempenha um papel crucial na saúde cerebral. Como antioxidante, protege as células cerebrais dos danos causados pelos radicais livres, que podem contribuir para o envelhecimento precoce e o desenvolvimento de doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer. Além disso, o ácido ascórbico é essencial para a produção de neurotransmissores, como a dopamina, que afetam o humor, a memória e as funções cognitivas.

Pesquisas indicam que a deficiência de vitamina C pode impactar negativamente o cérebro, prejudicando a memória e o aprendizado, além de aumentar o risco de desenvolvimento de transtornos neuropsiquiátricos. Portanto, manter níveis adequados desse nutriente é fundamental para proteger a função cerebral e promover o bem-estar mental a longo prazo.

Foto: Freepik

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