Como a criptografia impacta a identidade digital
A crescente necessidade de realizar transações online sublinhou a importância da identidade digital com ferramentas como o certificado digital para garantir a integridade e privacidade das interações digitais.
Desde 2020, o Brasil testemunha um crescimento exponencial na emissão de certificados digitais no Brasil. De acordo com dados do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI), em 2020, foram emitidos cerca de 6 milhões de certificados, número que saltou para 7,5 milhões em 2021, para 8,6 milhões em 2022 e continuou a crescer em ritmo acelerado durante 2023, atingindo a 9,2 milhões certificações emitidas.
“Na Redtrust, observamos um aumento de até 75% no uso do certificado digital por parte de nossos clientes”, ressalta Daniel Rodríguez, diretor-geral da Redtrust.
Para 2024 as projeções do ITI são de que mais de 10 milhões de certificados digitais sejam emitidos em todo o país. A meta reúne certificações atribuídas a pessoas físicas e pessoas jurídicas, do tipo A1, A3 e outros.
A crescente demanda por soluções de segurança digital, considerando a migração dos serviços governamentais para o meio eletrônico, o aumento das transações on-line e a consolidação da transformação digital no consumo e cotidiano das pessoas e dos negócios são os principais indicadores para esse aumento.
O papel da criptografia pós-quântica
“Estima-se que o investimento mundial para alcançar a transformação digital será 15% maior nos próximos três anos, e espera-se que a identidade digital seja uma das áreas impactadas por esse investimento”, revela Daniel Rodríguez. “Neste campo específico, haverá uma tecnologia que marcará um antes e um depois: a criptografia pós-quântica”, completa.
O Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia dos Estados Unidos (NIST) destacou que a criptografia de chave pública e as assinaturas digitais são essenciais para a identidade digital e a confiança, permitindo estabelecer chaves criptográficas compartilhadas e validar a identidade das partes em transações on-line. “Atualmente, a segurança desses sistemas baseia-se na dificuldade de resolver problemas matemáticos complexos. No entanto, os computadores quânticos podem resolver essas questões de maneira eficiente, tornando obsoletos muitos dos algoritmos criptográficos atuais”, pontua Rodríguez.
A criptografia pós-quântica apresenta uma solução possível para garantir uma segurança à prova de futuros ataques, um aspecto importante para proteger a identidade digital em um mundo onde a computação quântica pode colocar em risco os sistemas de criptografia convencionais. Diferentemente da criptografia clássica, baseada em algoritmos matemáticos complexos, a criptografia pós-quântica emprega princípios da mecânica quântica para garantir a comunicação e a troca de informações de maneira segura.
“Do ponto de vista da segurança digital, oferece uma abordagem inovadora e robusta para proteger certificados digitais contra futuras ameaças, posicionando-se como uma boa ferramenta na defesa contra ataques cibernéticos avançados. Sua capacidade de garantir a confidencialidade, integridade e autenticidade da informação a torna uma ferramenta inestimável para salvaguardar a identidade digital em um ambiente digital em constante evolução”, finaliza o diretor-geral da Redtrust.
O impacto da criptografia pós-quântica vai além da proteção das comunicações. Pode transformar setores inteiros, desde as finanças até a administração pública e a saúde, garantindo transações eletrônicas completamente seguras e protegendo dados sensíveis. No entanto, a adoção dessa tecnologia não está isenta de desafios. A implementação de sistemas de criptografia quântica requer uma infraestrutura avançada e um investimento significativo, e a transição dos sistemas atuais será um processo gradual e complexo.
“A criptografia pós-quântica representa uma evolução necessária para enfrentar os desafios de segurança do século XXI. Com o compromisso de adotar e desenvolver essas tecnologias de maneira responsável, poderemos garantir a integridade e a privacidade de nossa identidade digital em um mundo cada vez mais interconectado”, finaliza.