Nanotecnologia ganha espaço no mercado de cosméticos

Com o desenvolvimento científico, novas tecnologias foram incorporadas à produção de cosméticos. Uma delas é a nanotecnologia, campo do conhecimento que diz respeito ao estudo e aplicação de propriedades pertencentes à nanoescala ‒ de tamanho bastante reduzido, equivalente a um bilionésimo de metro ‒, como as nanopartículas. 

Para muitas pessoas, pode ser difícil compreender o quão pequena é essa escala. O National Nanotechnology Initiative (programa do governo dos Estados Unidos dedicado ao estudo da nanotecnologia) exemplifica a questão com uma comparação prática: “uma esfera com diâmetro de um nanômetro está para uma bola de softball da mesma forma que uma bola de softball está para a Terra”. 

Fabiana Alves, CEO da marca de cosméticos HB Health & Beauty, explica que produtos nanotecnológicos são “capazes de penetrar com facilidade nas camadas mais profundas da pele. Logo, têm grande importância na indústria global”, afirma.

“Há muito tempo, o mercado de cosméticos investe na nanotecnologia. Os resultados vêm se mostrando muito eficientes principalmente no segmento de cuidados com a pele e de tratamentos capilares”, acrescenta Fabiana. 

A marca na qual a executiva é CEO, inclusive, faz uso da nanotecnologia em suas principais linhas de produtos para potencializar a ação dos ativos contidos nas fórmulas. Entre eles, a loção que promove a repigmentação natural dos cabelos brancos e o tônico de crescimento e fortalecimento dos fios que combate a queda de cabelo.

De acordo com Rodrigo Veneziani, doutor em Química pela Universidade de São Paulo (USP), pesquisador e professor universitário, a nanotecnologia tem um caráter inovador dentro da indústria de cosméticos. 

Ele explica, em um artigo publicado no site Talk Science, que os dois principais benefícios potenciais proporcionados pela nanotecnologia aplicada nos cosméticos são a maior penetração dos ativos na pele e uma liberação mais sustentada desse ativo ao longo do tempo, o que tende a prolongar sua ação e diminuir a necessidade de reaplicação. O especialista cita o exemplo de um protetor solar com ativos nanoestruturados, cujo efeito dura por mais tempo, permitindo que a pessoa o reaplique com uma frequência menor em comparação com outros produtos.

“Como se pode ver, as vantagens técnicas do emprego da nanotecnologia em cosméticos são óbvias e uma realidade. Essas melhorias se traduzem também em vantagens mercadológicas, uma vez que a capacidade de oferecer produtos com eficácia superior e resultados mais visíveis ao consumidor final eleva a percepção de valor desses itens”, complementa Veneziani.

Fabiana vai ao encontro dessa visão e acrescenta que “o mercado de beleza está atingindo um novo nível e os consumidores estão descobrindo o poder transformador dessa tecnologia de ponta.”

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