Prêmio Não Aceito Corrupção anuncia dezoito novos premiados
Instituto Não Aceito Corrupção apresentou na segunda-feira (25), os 18 novos premiados da 4ª edição do prêmio, em cerimônia realizada na ALESP- Assembleia Legislativa do Estado de SP, com recorde de inscrições. Foram 238 inscritos, um crescimento de 76,3% se comparado ao ano passado. Nas categorias Academia, Tecnologia e Inovação, Governança Corporativa, Experiência Profissional, Jornalismo Investigativo e Jornalismo Local, foram premiados trabalhos de São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Rio Grande do Sul, Pernambuco e Amazonas.
A íntegra dos 18 trabalhos premiados foram publicados nesta terça-feira feira no site do prêmio e do instituto. Nos próximos meses, deverão integrar um e-book, a ser lançado em parceria com a editora Quartier Latin.
“São quase 9 anos de fundação do INAC – Instituto Não Aceito Corrupção em grande estilo premiando trabalhos, pesquisas e ações com grande relevância na luta anticorrupção no país. É vital a mobilização da sociedade civil para termos mais eficiência para controlar esse mal que corrói empresas, governos e pessoas”, destacou Roberto Livianu, presidente do INAC e procurador de justiça criminal do Ministério Público de São Paulo.
Importância do prêmio para o Brasil
Depois de seis anos, a pergunta quem mandou matar Marielle Franco encontra resposta. A partir do depoimento válido por um acordo de delação de Ronnie Lessa, o executor confesso dos disparos que mataram a ex-vereadora do PSol e o motorista Anderson Gomes, a Polícia Federal (PF) conseguiu chegar até os mandantes dos assassinatos ocorridos no Centro do Rio de Janeiro, em março de 2018. Estão na cadeia o deputado federal Chiquinho Brazão (União Brasil-RJ), o irmão dele, Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ), e o delegado Rivaldo Barbosa, que assumiu o cargo de secretário de Segurança Pública um dia antes de o crime ser cometido.
E a partir deste caso, de enorme repercussão nacional e internacional, fica o questionamento: qual a importância do Prêmio Não Aceito Corrupção para o Brasil neste momento?
“O 4º Prêmio Não Aceito Corrupção traz um conjunto de excelentes novas ideias, práticas, projetos e proposições que indicam novos caminhos para evoluirmos no controle da corrupção. Vamos implementá-las a bem da prevalência do interesse público”, destaca Livianu.
Com as prisões dos mandantes da morte de Marielle, acende o alerta para a dimensão da contaminação entre Estado e crime no Rio, quando na verdade, seria o seu papel garantir a proteção e segurança a todos. O Chefe da Segurança Pública, ao lado de um integrante do Tribunal de Contas, que deveria fiscalizar e proteger o patrimônio público e de um representante do povo no Legislativo, unidos para assassinar uma vereadora. O que fica de lição a partir deste caso?
“Estamos diante de um novo ápice da impunidade, aquela que mistura os crimes de corrupção com os crimes de sangue, o que evidencia a prática de abuso de poder e autoridade entre os poderes executivo e legislativo. É importante preservar o poder de investigação criminal do Ministério Público, que foi colocado em xeque pela PEC 37 e que a todo momento, acaba sendo discutida a hipótese de enfraquecê-lo”, diz.
Sobre o INAC
O Instituto Não Aceito Corrupção (INAC) é uma associação civil, nacional e apartidária, sem fins econômicos, fundada em 2015. Com atuação em quatro frentes: pesquisa, políticas públicas, educação e mobilização da sociedade utiliza dados concretos para realizar discussão profunda, crítica e qualificada de leis e projetos de lei, de modo a contribuir para a edificação e aprimoramento de regras eficientes no enfrentamento do mau uso dos recursos públicos.