Desafios na gestão financeira podem afetar pequenos negócios

De acordo com um estudo divulgado pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) em 2021 sobre a taxa de sobrevivência de empresas no país, constatou-se que os MEIs (Microempreendedores Individuais) têm a maior taxa de mortalidade entre os chamados “pequenos negócios” no país, com 29% fechando após cinco anos de atividade. As MEs (Microempresas), por sua vez, têm uma taxa de 21,6% de encerramento após cinco anos, ao passo que 17% das EPPs (Empresas de Pequeno Porte) fecham após 5 anos de atividade. Tais dados evidenciam a necessidade de uma maior preocupação com a inteligência financeira em companhias brasileiras de pequeno porte. 

Neste sentido, outra pesquisa do Sebrae, de 2020, aponta que 43% das pequenas empresas ainda realizam a gestão financeira de suas operações de maneira tradicional, utilizando cadernos ou papel para registrar informações vitais. Esse cenário ilustra um desafio a ser superado no caminho da eficiência empresarial.

Segundo o CFO (Chief Financial Officer) da Bertuzzi, Vítor Bertuzzi, a pesquisa ressalta que as empresas no Brasil não têm visão de longo prazo e, por isso, acabam entrando em falência pela falta de preocupação com o futuro e com o mercado no qual estão inseridas. “Como podemos ver, é a falta de clientes que gera metade das falências”, disse.

Uma das principais razões para o fechamento dessas empresas, conforme o estudo do Sebrae de 2021, de fato, foi o planejamento do negócio deficiente: 17% dos entrevistados afirmaram não ter feito nenhum planejamento, ao passo que outros 59% dizem ter feito uma programação para, no máximo, 6 meses. Essa constatação enfatiza que a gestão financeira não pode ser considerada uma opção, mas sim um elemento crucial para a sobrevivência e o sucesso dos empreendimentos, especialmente quando se consideram os obstáculos que podem surgir no caminho, inclusive adversidades imprevisíveis.

Para o especialista, a inteligência financeira gera cenários para que a tomada de decisão seja mais assertiva em qualquer momento em que a empresa se encontra. “Ela consegue dar os subsídios para que a empresa cresça de forma sustentável e com visão das consequências de suas atitudes”, salienta Bertuzzi.

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