Workshop debate empregabilidade de pessoas com deficiência, com foco nas leis
O programa Coexistir e a Câmara Paulista para Inclusão da Pessoa com Deficiência realizaram no último dia 07 de julho, no auditório da sede do Sincovaga, o workshop “Empregabilidade de Profissionais com Deficiência – Legislação, laudos e dicas”, que discutiu a empregabilidade de profissionais com deficiência, com foco na legislação, orientação sobre laudos e como promover a inclusão no ambiente de trabalho.
O treinamento foi apresentado por José Carlos do Carmo (Kal), que é médico, especialista em Saúde Pública e Medicina do Trabalho, auditor fiscal do Trabalho e coordenador do Projeto de Inclusão da Pessoa com Deficiência da Superintendência Regional do Trabalho em SP, além de coordenador da Câmara Paulista para Inclusão da Pessoa com Deficiência.
Após a abertura do evento pelo presidente do Sincovaga, Alvaro Furtado, que reforçou a importância de garantir cidadania às pessoas com deficiência, Kal iniciou falando sobre vieses e preconceitos, que, segundo ele, “levam a um tratamento injusto, chamando a atenção apenas para uma das características delas e não para seus talentos”.
Entre os tópicos abordados estão a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (LBI) – 13.146/2015, as diferenças entre as classificações CID e CIF, e a importância de conhecer as instruções normativas da Auditoria Fiscal do Trabalho, o Decreto 5.296/2004, e a própria Constituição, a fim de avaliar o quanto a deficiência prejudica a funcionalidade da pessoa.
Kal também falou sobre a natureza dos impedimentos, conforme a Convenção da ONU e LBI (física, sensorial, intelectual e mental), ante o que determina o Decreto 5.296/2004, considerado mais atual (física, auditiva, visual, mental e múltipla), e que não somente médicos, mas qualquer profissional da área de saúde pode fazer um bom laudo caracterizador, peça fundamental para que a pessoa com deficiência tenha acesso a direitos e garantias.
Abordou ainda os conceitos que indicam a possibilidade de caracterização das deficiências para cumprimento de cota e as regras envolvidas. Ao final, abriu-se a oportunidade para um debate e para os presentes tirarem dúvidas.
Para a coordenadora do Coexistir, Maria de Fátima e Silva, é importante que os profissionais, sobretudo de RH, se preparem antes de entrevistar os candidatos com deficiência. “Os profissionais que realizam as entrevistas têm que analisar, em conjunto com o entrevistado, se a atividade a ser desenvolvida requer alguma adaptação, recursos de acessibilidade. É preciso conhecer as atividades, como e onde são desenvolvidas, que ferramentas e equipamentos são utilizados e quais capacidades sensoriais, motoras ou cognitivas estão envolvidas”, explica.
“Até para o entrevistador saber o que perguntar, o que deverá contar a ela, para que a pessoa o ajude a entender se é possível ou não. Isso foge dos processos que fomos acostumados a realizar antes da Lei de Cotas, em que nos limitávamos a saber sobre escolaridade, local de residência e experiência dos candidatos”, conclui Fátima.
Kal complementou que as empresas têm de entender seu papel social e dar atenção aos profissionais com deficiência, pois preconceito leva a discriminação e exclusão. “A inclusão vai muito além de buscar laudos e cumprir cotas. Estamos desperdiçando talentos e faz tempo: a Lei de Cotas completa 32 anos este mês”, completou o especialista.
A palestra reuniu representantes de 19 organizações, empresas e entidades: Ayumi Supermercados, Casa Negreiros, Espaço Cidadania, Fecomerciários, Goodbom Supermercados, Grupo SBF, Hospital Nipo-brasileiro, HSR Shopping dos Lustres, Instituto Aliança, Instituto Rumo, Nurap, Prefeitura Municipal de Osasco, Recserv Contabilidade, Santa Causa, Seconci-SP (Serviço Social da Construção), Senac SP, Siemaco (Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Prestação de Serviços de Asseio e Conservação e Limpeza Urbana de São Paulo), Softtek e Sonda Supermercados.
Mais informações: (11) 3335-1100 ou no site https://www.coexistir.com.br/