Consequências da Inteligência Artificial impactam futuro do trabalho
Com o enfoque principal de discutir o impacto da Inteligência Artificial nas rotinas de RH que, em pouco tempo, poderá conduzir contratações, treinamentos, reuniões e colaboração no ambiente de trabalho, bem como as consequências dessas mudanças nas corporações, a Comissão de Inovação e Empreendedorismo da Brazil-Florida Business Council, Inc. (BFBC) organizou, no dia 16 de maio, o webinar “AI and the Future of Work: HR in the Age of Digital Transformation” (IA e o futuro do trabalho: RH na era da transformação digital).
Para abrir o evento, mediado por Fernando Cariello, cofundador e presidente do Comitê Inovação & Empreendedorismo, Sueli Bonaparte, presidente fundadora da BFBC, apresentou o time de especialistas, estando presentes os nomes de Erica Castelo, CEO e fundadora da The Soul Factor; Nina Hirota, diretora sênior de Aprendizagem e Gestão de Talentos Empresariais da Jabil; Lázaro Malta, CEO e fundador da Ahgora; Patricia Barboza, sócia-fundadora da CGM Advogados; e Lucas Mendes, cofundador da Revelo.
Fernando inicia o debate abordando sobre os comentários recentes repercutidos na internet em razão da preocupação das pessoas em perder os empregos por conta da Inteligência Artificial. “Esses comentários na verdade são uma preocupação das pessoas, pois há um estigma que todos os empregos irão sumir, e a IA irá substituir. Na verdade, a gente está buscando entender o que que vai acontecer com isso e quais seriam os skills mais valorizados para isso”, explica.
“Atualmente o LinkedIn promoveu uma disrupção no que chamamos de banco de dados. Se antigamente existiam os bancos de dados locais, hoje com a tecnologia da rede social, por exemplo, a gente tem um banco de dados mundial global real time”, diz Erica Castelo, exaltando a eficiência da plataforma na oferta de candidatos. e acrescenta: “Eu tenho um olhar mais múltiplo e consigo perceber num candidato local americano, por exemplo, se ele tem os skills de adaptação que muitas vezes uma empresa de recrutamento americana também não consegue perceber”.
Ela diz ainda que a tecnologia também entra na seleção dos candidatos. “Se antigamente o que bastava era o currículo, era o tempo de casa, ou era a faculdade que determinada pessoa fez, hoje a gente está falando de outros skills, que são comportamentais e diversos outros. Então a tecnologia hoje me possibilita me trazer muito mais recursos, muito mais pessoas disponíveis neste banco de dados mundial e ao mesmo tempo triar essas pessoas de acordo com os skills necessários a determinadas posições. Isso torna o recrutamento muito mais diverso”, opina Erica.
De acordo com Lucas Mendes, o mundo parece ter acordado para inteligência artificial quando a OpenAI lançou o ChatGPT, mas o fato é que os especialistas têm usado a ferramenta há bastante tempo. “O núcleo da tecnologia do ChatGPT vem sendo desenvolvida há muitos anos, há muitas décadas, e ela chegou num nível de maturidade muito mais acessível agora, e é essa popularização que torna ela tão fantástica, o fato de qualquer pessoa no mundo agora poder usar isso e não só os especialistas”, explica.
Em relação ao mercado de trabalho, Lucas diz que a IA é uma ameaça aos empregos, comparando com outros cenários onde a tecnologia atual interferiu. “A inteligência artificial é uma ameaça, do mesmo jeito que a internet foi, do mesmo jeito que o telefone foi, do mesmo jeito que a programação foi. Então, da mesma maneira que essas interfaces pareciam mágica naquela época, hoje a inteligência artificial parece mágica para a gente. Então, sim, vai ter uma revolução no mundo do trabalho”. Ele afirma ainda que da mesma forma que alguns tipos de trabalho ficarão obsoletos, novos trabalhos, especialmente aqueles que conseguem aliar o potencial humano com o potencial da tecnologia, vão surgir e tornar o mercado mais interessante.
Dando sua contribuição ao debate, Nina Hirota lembra, ao ministrar aulas antes da pandemia em 2020, falando sobre as novas profissões, como doutor por telemedicina, consultor de realidade virtual, curador de mídia social, enfatizando que, há cinco anos atrás, o mundo já estava inserido em novas transformações oriundas da Inteligência Artificial. “Quando eu penso em inteligência artificial, eu acho que a gente precisa fundamentalmente manter essa destreza digital, porque não tem mais volta”, pontua.
Na sequência, Lázaro Malta conta que a computação hoje permite usar os algoritmos com mais eficiência, mas que já são conhecidos há bastante tempo. “A capacidade computacional aumentou bastante para se ter o machine learning, por exemplo, que é a máquina aprendendo e tomando decisões automáticas para a evolução dos sistemas”. O fundador da Ahgora destaca, porém, que toda a infraestrutura tecnológica, que presta serviço em nuvem para descobrir se uma rotina está atrapalhando ou evoluindo, precisa de alguma inteligência artificial.
Já Patricia Barboza coloca que a inteligência artificial não é uma coisa nova. Ela já existe nas empresas, inclusive no RH. “Vamos pensar em uma atividade que seja repetitiva que envolve um processamento manual de informação, cálculo, a chance de um erro causado por cansaço, por distração do trabalhador fica muito diminuída quando a atividade é apoiada pela Inteligência Artificial”, exemplifica, dando ênfase ainda que a IA favorece para uma melhor performance e mais espaço pra contar com contribuições de caráter mais criativo do lado humano, conclui Patricia.