Consórcios registram crescimentos de 20% nos negócios e de 12% nas adesões no bi
De acordo com os levantamentos feitos pela assessoria econômica da ABAC Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios, nos meses de janeiro e fevereiro deste ano, o Sistema de Consórcios registrou crescimento nas vendas de novas cotas e nos negócios. O acumulado de adesões apresentou aumento de 11,8%, ao saltar de 570,38 mil para 637,54 mil no bimestre. Os correspondentes contratos comercializados somaram R$ 42,13 bilhões, 20,7% acima dos R$ 34,91 bilhões, de 2022.
O total das novas vendas ficou distribuído em 255,31 mil de veículos leves; 207,24 mil de motocicletas; 105,35 mil de imóveis; 36,03 mil de veículos pesados, 26,17 mil de eletroeletrônicos; e 7,44 mil de serviços.
O volume de consorciados ativos alcançou 9,47 milhões em fevereiro, 11,3% maior que os 8,51 milhões de participantes, anotados no mesmo mês de 2022. Vale ressaltar que os totais de participantes vêm apresentando crescimento constante desde janeiro do ano passado, não tendo sido registrada qualquer retração nos últimos quatorze meses.
Na somatória das contemplações, foram assinalados 268,24 mil consorciados contemplados, 3,3% superior às 259,78 mil, observadas no bimestre do ano passado, possibilitando a utilização de créditos para a aquisição de bens e serviços. Naquele acumulado, foram concedidos R$ 12,84 bilhões, potencialmente injetados na economia, 8,7% acima dos R$ 11,81 bilhões dos mesmos dois meses de 2022.
“No primeiro bimestre, ficou, mais uma vez, evidenciada a maturidade do consumidor que planeja o futuro ao controlar suas finanças pessoais”, diz Paulo Roberto Rossi, presidente executivo da ABAC. “A manutenção do ritmo de crescimento do Sistema de Consórcios, constatadas pelos aumentos de vendas de novas cotas e de negócios, é a melhor prova desta postura. Mesmo com os compromissos pessoais comuns a essa época, como as matrículas escolares e impostos veiculares, os mais conscientes sobre educação financeira administraram seus orçamentos e continuaram aderindo aos consórcios, com objetivo de adquirir bens e contratar serviços, sem decisões por impulso”.
O tíquete médio de fevereiro foi R$ 68,57 mil, marcando uma alta de 10,2% sobre o mesmo mês de 2022, que ficou em R$ 62,26. O progresso reafirmou o desejo do consumidor em participar do mecanismo por cotas de valores variados, com parcelas acessíveis ao bolso, provocando consequentemente crescimento dos negócios realizados no primeiro bimestre de 2023.
Entre os vários segmentos, onde a modalidade está presente, destaque-se o setor das motocicletas que, somente no primeiro bimestre de contemplações, ocorreu a potencial aquisição de uma moto a cada duas comercializadas no mercado interno. Considerando o setor automotivo, a potencial presença esteve também em um a cada dois veículos leves vendidos no país.
Mais um exemplo da forte participação, é possível de ser notada no mercado de veículos pesados, onde a presença do mecanismo nas comercializações esteve em pouco mais de dois a cada três caminhões negociados, adquiridos por consórcio, ampliando ou renovando frotas do setor de transportes com destaque para o agronegócio.
A consistência dos consórcios na economia brasileira pode ser registrada pelos totais de créditos concedidos e potencialmente inseridos, como nos mercados de veículos automotores e imobiliário. Nas liberações acumuladas em janeiro e fevereiro, o Sistema de Consórcios assinalou 49,1% de potencial presença no setor de automóveis, utilitários e camionetas. No de motocicletas, houve 56,3% de potencial participação, e no de veículos pesados, a relação para caminhões foi de 39,8%, no mesmo período.
No segmento imobiliário, somente no primeiro mês deste ano, as contemplações representaram potenciais 19,3% de participação no total de imóveis financiados, incluindo os consórcios. Aproximadamente um imóvel a cada nove comercializados, apoiados em dados da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).
Do volume de 9,47 milhões de participantes ativos, os consórcios anotaram aumento de 48,5% nos eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis; 37,1% nos veículos pesados; 16,8% nos serviços; 16,1% nos imóveis; 14,2% nas motocicletas; e 3,1% nos veículos leves.
Em cada um dos setores, onde a modalidade está presente, a soma de cotas ativas ficou assim distribuída: 44,2% nos veículos leves; 28,1% nas motocicletas; 15,5% nos imóveis; 7,0% nos veículos pesados; 3,0% nos eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis; e 2,2% nos serviços.
Os primeiros meses de um novo ano têm tido como característica principal a expectativa de comportamento ou tendência da economia brasileira em geral, especialmente quando este mesmo ano conta-se com novos governantes federais e estaduais. Já o principal indicador do ano passado, o crescimento de 2,9% do PIB, foi uma boa notícia. Para 2023 alguns analistas preveem crescimento menor, de 1,5%, ainda assim um número que não diminui nossas perspectivas para o ano.
Mesmo com o fechamento da inflação em 5,63% nos últimos doze meses, até fevereiro, além da taxa de juros básica (Selic) ainda em 13,75%, a assessoria econômica da ABAC acredita na sequência do crescimento do Sistema de Consórcios para 2023 e sua importante presença na economia nacional.
“Os bons resultados obtidos pelo Sistema de Consórcios, no primeiro bimestre, projetam boa performance anual apoiada nas atitudes dos consumidores que têm demonstrado cuidados necessários ao administrar suas finanças pessoais. Neste ano, precisaremos também dar tempo aos novos governantes para apresentarem suas propostas, confiando que os resultados esperados permitam repetir os números alcançados em 2022”.