Europa encara o inverno sem o fornecimento de gás russo

Em meio a uma crise do gás na maior potência europeia, Klauss Muller, chefe da agência regulatória energética da Alemanha, fez um novo alerta; segundo ele, os 15 bilhões de euros para comprar instalações de armazenamento de gás natural, podem não ser suficientes.

Segundo Klaus Muller, a oferta de gás pode diminuir nos próximos meses, a demanda pode aumentar com a chegada das temperaturas mais baixas e com isso deve aumentar também o preço do gás. Ele teme que os 15 bilhões de euros não sejam suficientes para encher os estoques do país. A Alemanha prometeu encher 90% do seu estoque de gás até o fim do ano, estando atualmente os níveis em 70%. Uma meta ambiciosa depois que o país resolveu adotar o estágio 2 de um plano de emergência em 3 estágios, para lidar com as perspectivas de escassez de gás.

Relembrando o conflito

Isso tudo se deve a Rússia que diminuiu os fluxos pelo gasoduto Nord Stream 1, para 40% de sua capacidade desde o mês de junho, alegando um suposto problema na manutenção de peças e no final do último mês encerrou o fornecimento. O fato é que desde o início da guerra contra Ucrânia e após sanções impostas pelo bloco europeu como forma de enfraquecer a economia e as forças russas, os problemas com o fornecimento de gás tornaram-se o grande trunfo da Rússia contra o continente europeu.

O cenário hoje da crise na Europa

O país já lida com o cenário de racionamento de energia, sendo a população orientada a ligar os aquecedores em casos extremos e enquanto as temperaturas mais baixas não atingem seu pico, procurar por alternativas como lavar as mãos com água fria, priorizando o banho.

O ministro da economia alemã, Olaf Scholz, já declarou que o bloco da União Europeia busca novas alternativas que substituam o gás russo.

Impacto econômico

O país anunciou o novo imposto que incidirá no valor da energia de €2,04 euros por kWh, um custo adicional de quase € 500 euros por ano, para uma família de 4 pessoas.

A Inglaterra vive o mesmo drama, o banco da Inglaterra prevê que os custos de energia para as famílias aumentarão e elevarão a taxa de inflação para 13,3% o que pode levar o país para uma crise econômica.

Segundo Luis Felipe Campos, especialista do mercado de logística, com experiência no setor internacional, principalmente no trade Europa-América, o cenário pode impactar em diversas outras áreas, não só a econômica “O temor do desabastecimento está forçando toda a Europa a suspender a “agenda verde” e as metas da COP26 projetadas para o ano de 2022. As diferenças sociais serão evidenciadas, com o impacto econômico, obrigando os governos a tomarem atitudes e criarem programas sociais para proteger toda a população.”