Indústria brasileira de cloro é destaque na América do Sul
Em 2021, apesar de o consumo de cloro ter se mantido estável, o mercado brasileiro registrou alta depois de três anos de declínio – havendo crescimento significativo nos embarques de cloro ao exterior. Das 21 plantas na América do Sul, o Brasil tem a maior capacidade de cloro ativo. O Paraguai foi o principal destino das exportações de cloro do Brasil, superando em seis vezes o volume enviado para o segundo maior destino, que é a Libéria. A terceira posição nesse ranking fica com a Grécia, mas já foi ocupada pelo Panamá.
Em termos de mercado, os países com os maiores volumes de consumo em 2021 foram China, Alemanha e Estados Unidos – que respondem juntos, também, por 45% da produção mundial. Um dos principais fatores que impulsionam o crescimento do mercado de cloro são os usos crescentes na indústria farmacêutica, já que a química do cloro é fundamental para a fabricação de mais de 70% das prescrições vendidas pela indústria farmacêutica no mercado global.
Medicamentos contendo cloro são usados para tratar inúmeras condições médicas e doenças, incluindo colesterol alto, câncer, diabetes, úlceras estomacais, depressão, anemia, pressão alta, asma, epilepsia e inflamação. O cloro é utilizado na etapa final de formulação de medicamentos de aproximadamente 25% dos medicamentos. Em outros casos, o cloro desempenha um papel coadjuvante na síntese de drogas.
Normalmente, quando se fala em cloro, as pessoas pensam imediatamente no tratamento de piscinas, na desinfecção de água para abastecimento público e na limpeza de banheiros e cozinhas. Mas o cloro tem um amplo uso na indústria química, entrando na composição de inúmeros produtos. Um dos principais usos é o PVC, que é um plástico com características ímpares. De acordo com José Rosenberg, diretor-geral da Katrium Indústrias Químicas (Rio de Janeiro), o PVC vem substituindo produtos feitos de vidro, madeira, alumínio, borracha, cobre, alvenaria e cerâmica. Por isso tem tantas aplicações e é considerado uma opção que contribui para melhor qualidade de vida e desenvolvimento sustentável.
“O PVC contém 57% de cloro – obtido através da passagem de uma corrente elétrica pelo sal marinho (recurso natural inesgotável) – e 43% de eteno, que é um derivado do petróleo. Além de ser largamente usado na indústria da construção, também é usado em equipamentos na área de saúde e em tantas outras finalidades”, diz o executivo. “Também o poliuretano leva cloro em sua composição e é amplamente usado na fabricação de espumas rígidas e flexíveis, selantes, fibras, preservativos, carpetes, peças de plástico rígido, tintas etc.”
Na opinião de Rosenberg, o cloro é uma das substâncias mais importantes da Indústria Química, já que também faz parte – direta ou indiretamente – de outros segmentos da indústria. “Além dos produtos sanitários e dos materiais plásticos, o cloro é fundamental na produção de solventes orgânicos, na produção de inseticidas que fazem o controle de pragas nas lavouras, na fabricação de produtos farmacêuticos e veterinários, e na depuração de águas residuais – evitando a proliferação de bactérias em esgotos e, consequentemente, controlando o mau cheiro e outros riscos à saúde.”
Em 2021, a produção mundial de cloro foi superior a 90 milhões de toneladas – sendo que 55 milhões de toneladas de cloro ativo foram produzidas nas 277 plantas localizadas na Ásia, com grande destaque para a China. O Brasil responde por cerca de 3% da capacidade instalada mundial e é destaque na América do Sul.