Prefeitura de Manaus reduz em 50,3% casos de malária na capital
O município de Manaus apresentou este ano, de 1º de janeiro a 19 de abril, uma redução de 50,3% no número de casos de malária, em comparação com o mesmo período de 2020. As zonas Norte e Leste, com redução de 85,7% e 57,2%, respectivamente, são destaques na diminuição dos casos registrados da doença pela Prefeitura de Manaus, que tem como principal vetor de transmissão o mosquito Anopheles darlingi.
A secretária municipal de Saúde, médica Shádia Fraxe, destaca que os dados apresentados nos primeiros meses de 2021 refletem a tendência na diminuição de casos, resultado do trabalho da Prefeitura de Manaus para atingir a meta de redução pactuada anualmente na Programação Anual de Saúde (PAS).
“Em 2017, a capital amazonense registrou 10.557 casos de malária e no ano passado o número foi de 5.224, com uma redução de 49,48% nesse período. A meta da PAS é a redução a cada ano de 15% no número de casos da doença e a gestão do prefeito David Almeida tem trabalhado para reduzir ainda mais esse índice”, afirma Shádia Fraxe.
Entre 1º de janeiro a 19 de abril deste ano, Manaus registrou 760 casos de malária, sendo que no mesmo período do ano passado o número ficou em 1.530.
Segundo o chefe do Núcleo de Controle da Malária da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), João Altecir Nepomuceno da Silva, a redução de casos este ano foi registrada nas zonas urbanas (Norte, Sul, Leste e Oeste) e também na zona Rural (Fluvial e Terrestre).
“A maior redução foi na zona Norte, de 85,7%, mas é uma zona que registra normalmente um número pequeno de casos. Então, nesse cenário, é importante destacar a redução na zona Leste de Manaus, que representa a localidade urbana com maior número de casos da doença, mas que este ano já mostra uma redução de 57,2%”, ressalta João Altecir.
A diminuição de casos, explica João Altecir, é resultado do trabalho executado por agentes de controle de endemias na investigação epidemiológica, bloqueios de transmissão dos casos da doença, de educação em saúde, da busca ativa de casos de pacientes com sintomas, monitoramento e reposição de mosquiteiros impregnados com inseticida entregues para moradores de áreas de risco, e do diagnóstico e tratamento precoce, com destaque para as ações de monitoramento e controle de criadouros do vetor de transmissão da malária, que é a fêmea do mosquito Anopheles.
“A malária é causada pelo protozoário do gênero plasmodium, que é transmitido ao homem pelo sangue, geralmente por meio da picada do mosquito infectado. Por isso, a estratégia de monitoramento e controle de criadouros tem sido essencial para reduzir a infestação vetorial, evitando a proliferação do mosquito, assim como o surgimento de surtos epidêmicos de casos de malária”, esclarece João Altecir.
Controle
O Núcleo de Entomologia e Controle Vetorial da Semsa mantém o monitoramento de todas as principais áreas de risco no que se refere à proliferação do mosquito Anopheles darlingi, trabalho que é executado por agentes de endemias nos Distritos de Saúde Norte, Leste, Oeste, Sul e Rural.
São consideradas áreas de risco para transmissão da doença: locais de desmatamento e ocupações irregulares, áreas com tanques de piscicultura sem os cuidados necessários, igarapés represados, abertura de estradas e ramais, balneários e outras atividades laborais, que, executadas sem orientação técnica adequada apresentam risco de saúde, podendo contribuir para possíveis surtos da doença no município.
O chefe do Núcleo de Entomologia e Controle Vetorial da Semsa, Edvaldo Raimundo Nazaré da Rocha, informa que este ano já foram monitoradas 165 localidades para o controle, ainda na fase larvária, do vetor Anopheles darlingi, com pesquisa em 887 possíveis criadouros, também foram executadas atividades de termonebulização (fumacê) para o controle do mosquito adulto em um total de 16 localidades.
“Dos 887 possíveis criadouros pesquisados, houve a necessidade de realizar o tratamento com larvicida biológico em 95 criadouros, onde foram identificadas larvas do mosquito Anopheles darlingi”, informa Edvaldo Rocha.
No ano passado, o mesmo trabalho de monitoramento foi executado em 660 localidades, com a pesquisa em 3.349 possíveis criadouros, e com tratamento de 699 criadouros com a larva do mosquito, nas zonas urbana e rural, além de atividades de termonebulização em 92 localidades para o controle do mosquito adulto.
“É um tratamento ambientalmente criterioso para eliminar apenas a larva e o mosquito adulto, sem prejuízos ao meio ambiente, e que evita o risco de transmissão da malária em toda uma comunidade com um trabalho de prevenção para proteger a saúde da população”, afirma Rocha.