Profissionais do Amazonas pedem urgência para liberação do Auxílio Emergencial da Cultura
Artistas e empresários do setor cultural, eventos e turismo do Amazonas pediram, durante Audiência Pública virtual realizada, nesta sexta-feira (19), pela Comissão de Cultura e Economia Criativa da Assembleia Legislativa do Amazonas, urgência na liberação de auxílio emergencial para profissionais desse segmento, que há um ano sofrem prejuízos dos efeitos da pandemia de Covid-19.
Mediado pelo presidente da Comissão, deputado Saullo Vianna (PTB), o debate contou com o apoio da deputada Alessandra Campêlo (MDB), e teve como objetivo ouvir representantes dos mais variados segmentos culturais para então, construir uma proposta viável que atenda aos pleitos e possam ser de fato, contemplados pelo executivo estadual.
“Foi uma discussão muito proveitosa e que certamente renderá bons frutos. Milhares de famílias dos profissionais da cadeia produtiva cultural, turismo e eventos estão passando por dificuldades em decorrência da paralisação imposta pelo avanço do coronavírus, uma triste realidade vivida em todo mundo. Tivemos a oportunidade de ouvir todos e juntos, iremos apresentar as soluções enumeradas de forma que possam ser atendidas o quanto antes”, frisou Saullo.
Algumas das propostas apresentadas pela deputada Alessandra Campêlo preveem a criação de linha de crédito de apoio à Cultura via Agência de Fomento do Estado (Afeam), de forma desburocratizada e Programa de Refinanciamento de Dívidas (REFIS) para empresas do setor. “Pequenos artistas e empresários que empregam muitas pessoas há mais de um ano vivem uma situação bastante difícil no Amazonas, precisamos viabilizar formas reais de ajudar”, ressaltou a parlamentar.
Participaram da Audiência Pública: Marcos Apolo, secretário de Estado da Cultura e Economia Criativa; Célio Cruz, vice-presidente da Manauscult; Jonatas Ribeiro, diretor de Cultura da Manauscult; vereador Raiff Matos, presidente da Comissão de Cultura da Câmara Municipal de Manaus; empresários do setor de eventos, representantes dos músicos, profissionais do teatro, do circo e do audiovisual, associações de manifestações folclóricas e também profissionais que atuam diretamente na ponta dos eventos, como técnicos de som, iluminação, entre outros.
Urgência
A maioria relatou as dificuldades enfrentadas nos últimos meses e da necessidade urgente de serem contemplados com auxílio em dinheiro, cestas básicas e negociações para pagamentos de dívidas.
“Cultura não é hobby. Pessoas que ganham em média R$ 100 de diária em um evento, e só têm essa única fonte de renda estão passando necessidade, vivendo de doações. Precisamos de auxílio urgente para esses pequenos trabalhadores”, alertou Neto Smith, Presidente da Associação Backstage do Amazonas.
Madison Francisco, da Federação do Teatro do Amazonas, chamou a atenção para a necessidade de criar ações para estes segmentos que reflitam a curto, médio e longo prazo. “Mesmo após a imunização de grande parte da nossa população, teremos dificuldades para reaquecer de imediato todo o setor cultural e a cadeia produtiva”, pontuou.
A empresária Bete Dezembro, que é vice-presidente da Associação Brasileira de Promotores de Eventos (Abrape) destacou que a cadeia de eventos e cultural será a última a voltar a operar no Brasil, portanto, é fundamental que se criem alternativas para que mais pessoas do segmento não sejam prejudicadas.
“Estamos parados por obrigação, e muitas pessoas, tanto físicas quanto pessoas jurídicas, sofrem as consequências. De cada 100 trabalhadores, 97 não estão na ativa. 1/3 das empresas já fechou as portas. Para que não tenhamos mais dor, precisamos salvar essas pessoas”, apontou.
Soluções
Em consenso, ao final da Audiência Pública, ficou acertado que na próxima semana, uma nova reunião será realizada com todos os envolvidos para que seja apresentado o compilado das sugestões apresentadas assim como, os próximos passos para levar ao conhecimento do executivo estadual ou liberação no plenário da Aleam de maneira que possa ser efetivada a ajuda a esses profissionais.