Empresários e Governo divergem sobre isenções tributárias à Zona Franca de Manaus
A Zona Franca de Manaus conta com mais de 600 indústrias instaladas, que geram cerca de 500 mil empregos formais e informais. Em 2018, apresentou um faturamento total de mais de R$ 85 bilhões. Os constantes questionamentos do Governo Federal à isenção tributária do local já geraram uma série de protestos na região.
Na visão do CEO da empresa Coencil Empreendimentos, José de Moura Teixeira Lopes Júnior, o Mourinha, a logística da região é diferenciada e precisa de uma visão realista. “O Amazonas faz fronteira com três países, não se pode querer comparar uma região como essa, com uma logística absurda para chegar nos municípios a realidade de São Paulo, por exemplo”, explica Mourinha.
Estudo aponta problemas
A Confederação Nacional das Indústrias (CNI) apresentou um levantamento das necessidades de investimentos em logística para a região Norte do país. O estudo foi realizado pela consultoria Macrologística, que apontou que se até 2020 não forem realizados os investimentos necessários, o parque logístico terá atingido o limite de suas operações.
Somando os modais rodoviário, ferroviário e hidroviário, os investimentos necessários chegam a R$ 14 bilhões. Já o custo de logística da região chega a R$ 17 bilhões por ano. Além dos custos altos, desenvolver a logística na região sem ter grandes impactos ambientais é um grande desafio. Um dos principais desafios do setor é a integração da maior área industrial da região, a Zona Franca de Manaus, com o resto do país. A capital do Amazonas é ligada por terra apenas a Roraima. Com estrutura insuficiente no modo hidroviário, a outra opção de transporte seria a carga aérea, viável apenas para produtos de baixo volume e alto valor agregado.
A principal ligação por terra de Manaus com o resto do país, trecho de 500 km da BR-319, está sem pavimentação e foi tomado pela floresta. A recuperação da via estava prevista no primeiro Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), mas não foi realizada. Atualmente, discute-se a substituição por uma ferrovia no mesmo traçado, que reduziria o impacto ambiental.