Suframa completa 53 anos de existência com reformulação no modelo econômico; Polo Digital é aposta para geração de empregos
Diversificar a matriz econômica é meta de empresários e entidades do setor.
A Zona Franca completa nesta sexta-feira (28) 53 anos desde a sua criação, sendo responsável por 80% do Produto Interno Bruto do Estado. O modelo ao longo de sua existência vem impulsionando a atividade econômica na Região. Ao mesmo tempo, empresários e entidades do setor vêm buscando alternativas para diversificar a matriz econômica. E a criação do Polo Digital é aposta para geração de empregos na região.
O Vice-Presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Nelson Azevedo, defende a diversificação do modelo Zona Franca, mas destacou que deve haver discussões e planejamento a respeito do assunto.
“Estamos completando 53 anos,, mas no meu entendimento dormimos 53 anos em berço esplêndido. Não somos proativos, somos reativos. Reagimos quando os incentivos fiscais são ameaçados. Agora, é hora de começarmos a realmente fazer algo para ter uma diversificação para termos um futuro que possa servir de complemento a esse modelo”, contou.
Uma das alternativas já em desenvolvimento é a criação do Polo Digital, que já começa, aos poucos, a redesenhar o cenário, segundo especialistas. A estimativa do Desenvolvimento Econômico, Sustentável e Estratégico da Manaus – Codese é que com a implementação do polo sejam gerados R$ 40 bilhões na economia do estado até 2038.
Segundo o vice-presidente do Conselho, Euler Souza, a criação de startups é a alternativa do polo para geração de empregos por toda a cidade.
“São empregos para desenvolvedores de software, designers, cientistas de dados, gerentes de projetos, especialistas em metodologia ágeis, entre outros. Este será o ano para construção do ambiente mais favorável para termos uma base firme a fim de ter startups e empresas de tecnologia surgindo e sendo desenvolvidas em Manaus, podendo render alguns milhões em faturamento”, resumiu.
O mapeamento do ecossistema do Polo digital de Manaus mostrou que já existem mais de 100 Startups atuando em Manaus. Os segmentos são os mais diversos possíveis: logística, venda de produtos e serviços, beleza, indústria, entre outros.
“Precisamos fortalecer nossa economia em outros segmentos, além do Polo Industrial de Manaus. E o Polo Digital de Manaus é uma proposta muito interessante que colabora com o desenvolvimento de uma matriz econômica importante, inserindo Manaus no contexto da Economia Digital, na qual figuram empresas que colaboram com as revoluções pelas quais temos passado em todo o planeta”, concluiu Euler.
Atualmente o polo digital funciona como uma espécie de ecossistema de tecnologia da informação e da comunicação composto por institutos, startups, universidades, institutos públicos e privados, aceleradoras, incubadoras. Um desses atores que já atuam no chamado ecossistema digital em Manaus é o Instituto de Ciência e Tecnologia Sidia. Segundo a diretora do instituto, Vânia Capela, há uma tratativa para que seja implantada uma governança para o polo digital.
“Necessitamos disso para que possamos trabalhar de uma forma unida e coordenada para alavancar o ecossistema, para que nós possamos gerar mais negócios e de fato consolidar esse ecossistema como uma nova matriz econômica na cidade de Manaus”, disse.
Capela destacou ainda que o sistema de governança ajudaria no mapeamento desse ecossistema, à medida que novos empregos fossem gerados, por exemplo.
Em janeiro deste ano, a prefeitura anunciou a contratação de uma consultoria em cenários estratégicos. O contrato foi assinado pelo prefeito de Manaus, Artur Neto e o empresário Cláudio Marinho, diretor da empresa Porto Marinho, responsável pelo Porto Digital, em Recife (PE). O objetivo é incentivar o empreendedorismo e desenvolvimento tecnológico.
A entrada da Feira do Polo Digital no calendário oficial manauara também demonstra novas iniciativas no segmento e no desenvolvimento do polo tecnológico. Na última edição, mais de 19 mil visitantes participaram do evento, que contou com mais de 50 expositores e 48 startups, prospectando R$ 16 milhões negócios para a região.