Aumento nas emissões de carbono pode reduzir em 12% volume de chuvas nos 9 países da Amazônia, diz estudo

Impacto pode ser maior nos chamados ‘rios voadores’ que o desmatamento total do bioma. Simulações foram feitas em supercomputador do Inpe. Resultado traz alerta para o combate às mudanças climáticas.

A elevação dos níveis de gás carbônico (CO2) na atmosfera mundial pode causar uma queda anual de 12% no vapor d’água emitido pela floresta amazônica, nos 9 países que compõem o bioma, nas próximas décadas, se não for urgentemente controlada. Um aumento de 50% nos níveis de gás carbônico (CO2) pode ter um efeito na diminuição das chuvas similar ou até mesmo maior ao da substituição de 100% da mata por pastagens, o que equivaleria ao desmatamento total, e diminuiria a precipitação em 9%, valores muito acima da variação natural de 5% da precipitação amazônica entre um ano e outro, de acordo com os cientistas.

É o que apontou um estudo internacional publicado na revista “Biogeosciences” por pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), da Universidade de São Paulo (USP), Universidade Técnica de Munique e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Os resultados chamam a atenção para a necessidade de medidas globais e regionais urgentes para conter as emissões de CO2, causadas, sobretudo, pela atividade industrial, transportes e geração de energias não limpas, por exemplo.

Além disso, com a diminuição da transpiração das árvores, por causa excesso do CO2, a temperatura média pode ter um aumento de até dois graus, uma vez que há menos gotículas de água para amenizar o calor. Esse fator pode iniciar uma cascata de fenômenos que resultam na inibição da formação da chamada convecção profunda (nuvens de chuva muito altas e carregadas de vapor d’água), com efeito contrário: a estiagem.

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