Maternidade da prefeitura debate protocolo de acolhimento de mulheres venezuelanas grávidas

Para fortalecer o acolhimento às mulheres venezuelanas grávidas e definir protocolo de emissão de Certidão de Nascimento aos bebês nascidos de mães venezuelanas, o Núcleo de Saúde dos Grupos Especiais, juntamente com a Gerência da Rede Cegonha e todos os gestores da Maternidade Dr. Moura Tapajóz, da Prefeitura de Manaus, promoveram reunião, nesta quinta-feira, 13/2, pela manhã, no auditório da maternidade, localizada na Compensa, zona Oeste.

O evento, coordenado pela Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), foi iniciado com palestra sobre humanização e acolhimento, proferida pelo enfermeiro psiquiátrico George Amaro Andrade, do Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps AD) Dr. Afrânio Soares, no Aleixo, zona Centro-Sul.

 

“Sabemos que é uma população que não estávamos acostumados a atender, mas é certo que dá muito menos trabalho para o Sistema Único de Saúde (SUS) acolher essas mulheres do que ignorar a situação”, afirmou o enfermeiro.

 

Abrigo

Dados do governo federal dão conta de que mais de 224 mil venezuelanos estejam atualmente no Brasil. Desses, 135 mil solicitaram refúgio, outros 104 mil fizeram pedido de residência temporária e 46 mil já foram reconhecidos como refugiados. De acordo com Débora Rodrigues, do Fundo de Populações das Nações Unidas (UNFPA), o fluxo migratório não tem data para terminar. “Na verdade, a tendência é aumentar nos próximos anos e precisamos estar preparados para isso”, alertou.

 

Segundo ela, uma característica marcante do fluxo migratório de venezuelanos é a necessidade de acesso à saúde. “Precisamos garantir que as mulheres venezuelanas tenham acesso a informações sobre planejamento familiar, a métodos contraceptivos”, observou Débora.

 

As ações necessárias para garantir os direitos de crianças e adolescentes em situação de migração, também foi tema da palestra, ministrada por Thiago Garcia, do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), que enfatizou a necessidade de garantir a emissão da certidão de nascimento aos bebês nascidos de mães venezuelanas. “É necessário, inclusive, respeitar a organização da ordem de nome e sobrenome feita por eles, que, em geral, é o contrário da nossa”, explicou.

 

Também participaram do evento representantes do Núcleo de Projetos Estratégicos de Saúde da Secretaria de Estado da Saúde (Susam), Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Estado do Amazonas (Arpen-AM), Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (Adra), entre outras entidades de apoio aos refugiados.

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